Amigos, familiares e fCléber Mendes

Rio - No fim da tarde desta quinta-feira (22), o corpo do ator Pedro Paulo Rangel foi cremado no Cemitério da Penitência, no Caju, com cerimônia restrita a amigos e familiares, após um velório aberto ao público no Theatro Municial do Rio. O ator morreu aos 74 anos, na madrugada desta quarta-feira (21), na Casa de Saúde São José, na Zona Sul, onde estava internado desde novembro para tratar uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
A despedida do artista, que aconteceu entre 10h e 13h, contou com nomes como Lilia Cabral e a filha, Giulia Bertolli, Diogo Vilela, Osmar Prado, Maria Padilha, David Pinheiro, dentre outros. "Eu acho que o Pepê vai do jeito que ele queria. Ele queria ir sereno, sem sofrimento e ele se despediu no palco. Os últimos movimentos dele foram no palco. Então, esse despedida traz um conforto para quem fica e também uma esperança de que ele tenha ido bem. E é isso que todo mundo quer. O Pepê era um ator extraordinário, amigo de muita gente, e ele vai fazer falta. Então muito obrigada por vocês estarem aqui acompanhando esse momento que é muito triste, mas de qualquer maneira muito significativo", disse Lilia. 
"É muito difícil falar de um ator como o Pepê. Não só os atores, mas também o público percebe a qualidade do trabalho dele. Ele está aqui no templo do teatro, sendo velado no lugar dele. A gente tem que ir em frente. São momentos difíceis que a arte está passando", disse Vilela.
Trajetória
Pedro Paulo Rangel nasceu em junho de 1948, no Rio. Ele começou a se interessar por teatro aos 11 anos por meio de um vizinho que era ator amador. Ainda criança, fez parte do elenco da pela "O Bruxo e a Rainha", onde conheceu Marco Nanini. Mais tarde, os dois estudaram no Conservatório Nacional de Teatro, que atualmente é a escola de Teatro da Unirio.
Sua primeira experiência no teatro foi com a peça "Roda Viva", de Chico Buarque, dirigida por Zé Celso. A estreia na televisão aconteceu em 1969, na TV Tupi, onde atuou na novela "Super Plá". Em 1970, fez "Toninho On The Rocks" na mesma emissora.
O ator estreou na TV Globo em 1972, na novela "Bicho do Mato". Em 1975, Pedro Paulo Rangel fez história ao estrelar o primeiro nu masculino da televisão brasileira com o papel de Juca Viana, de "Gabriela". No mesmo ano, ganhou seu primeiro protagonista na obra "O Noviço", que teve apenas 20 episódios.
Na mesma época, Pedro Paulo Rangel atuou em "A Patota", "Saramandaia" e "O Pulo do Gato". Em 1979, voltou a ter uma breve passagem pela TV Tupi, onde atuou na novela "Dinheiro Vivo", de Mário Prata. Em 1981, voltou à TV Globo, onde atuou por anos em "Viva o Gordo" e "TV Pirata".
O retorno aos folhetins aconteceu em 1988, com "Vale Tudo". Pedro Paulo Rangel viveu papéis marcantes como Adamastor, de "Pedra Sobre Pedra" (1992), o Calixto de "O Cravo e a Rosa" (2000) e Argemiro Falcão, irmão da vilã Bia Falcão, em Belíssima (2005).
Também participou de obras como "Torre de Babel" (1998), "Desejo Proibido" (2007), "Amor Eterno Amor" (2012) e as minisséries "A Muralha" (2000), "O Quinto dos Infernos" (2000). Seu último trabalho na TV Globo foi "O Dentista Mascarado" (2013). Seu último papel na TV foi o bibliotecário da Imperatriz Leopoldina, na série "Independências" (2022), da TV Cultura.
Pedro Paulo Rangel lutou por 20 anos contra as consequências da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), causada pelo tabagismo. Ele não parou de atuar, mas deixou as novelas em 2012. O ator, no entanto, continuou fazendo peças de teatro e séries.
"Isso absolutamente não me impede de trabalhar. Eu tomo remédios, tenho uma rotina. Faço fisioterapia", disse em entrevista recente sobre a doença.