Irmã do chefe do tráfico da comunidade Sinagoga, em Cabo Frio, com a bebê de dois anos nos braços Divulgação

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) manteve, nesta segunda-feira (26), a prisão da irmã do chefe do tráfico de drogas da comunidade Sinagoga, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, e do seu companheiro após retirarem um bebê de dois anos dos braços da avó biológica. O casal foi preso durante a Operação Salomão, realizada na última sexta-feira (23), no município.
A 126ª DP (Cabo Frio), que investiga o caso, tenta descobrir como a mulher, identificada apenas pelas iniciais P.S, e o homem obtiveram a certidão de nascimento falsa da criança. No documento, o companheiro da parente do chefe do tráfico consta como pai da menor. P.S teria alegado em depoimento que o seu parceiro seria o pai biológico da bebê, no entanto, o delegado da distrital, Carlos Eduardo Almeida afirmou que o depoimento da mulher só será levado em conta em juízo.
De acordo com as investigações, a irmã de um dos traficantes locais, que não pode ter filhos, teria se encantado pela menor e solicitado ajuda ao irmão para ficar com ela. O homem, então, determinou que a avó da bebê fosse levada ao interior da comunidade, onde passou por uma sessão de tortura e, ao final, teve a criança arrancada dos braços.

O caso aconteceu em julho deste ano. O casal deu entrada no sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça. A bebê e a avó foram encaminhadas para atendimento psicológico.
Diligências seguem em busca de mais quatro envolvidos no crime que estariam ligados ao "tribunal do tráfico" da comunidade Sinagoga.
Avó luta na Justiça pela guarda da criança
A avó, que tem 38 anos, estava tentando a guarda do bebê há alguns meses e, para preservar sua vida após a sessão de tortura, precisou se retirar de Cabo Frio, pois temia pela própria vida. A mulher contou para o Dia que a criança, com apenas dois meses, apresentava sinais de maus-tratos. Disse que a filha de 20 anos, envolvida com o tráfico de drogas, não tinha condições de cuidar da bebê e, por isso, pediu para que a mesma, que é a avó, cuidasse.

Então, a mulher levou a neta ao hospital, já que apresentava graves assaduras nas partes íntimas, segundo conta. Entretanto, por não ser registrada, a pequena precisou ser conduzida ao Conselho Tutelar da cidade que, conforme afirma a avó, não tomou as providências necessárias. Esta é uma de suas denúncias e está sendo investigada pela justiça.
Meses depois, a filha pediu a criança de volta e, de acordo com o relato, entregou para envolvidos com o tráfico.