Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileiraDivulgação
Nélida morreu aos 85 anos em Lisboa, Portugal, no dia 17 de dezembro, em um hospital da capital portuguesa, onde estava internada devido a complicações nas vias biliares.
A escritora foi a primeira mulher presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1999-1997, no ano do primeiro centenário da instituição, além de uma das maiores representantes da literatura do país. Nélida era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda.
Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infantojuvenis, sua obra já foi traduzida em inúmeros países e recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Entre eles, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991; e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance "A república dos sonhos".
O último desejo
O testamento da escritora garantiu à pinscher Suzy, de 13 anos, e a chihuahua Pilara, de 3, a condição de donas de quatro imóveis em prédios de luxo à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio.
Sem filhos, marido ou parentes próximos, Nélida tinha a preocupação de que as suas duas "meninas", como gostava de chamar as cachorrinhas, mantivessem o alto padrão de vida após a sua morte. Por isso, nenhum dos apartamentos poderá ser vendido enquanto Suzy e Pilara estiverem vivas.
Segundo a secretária e amiga de Nélida, Karla Vasconcelos, de 63 anos, a escritora conseguiu realizar o desejo de se despedir das cadelas no leito do hospital CUF Descobertas, poucas horas antes de morrer.
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