Rio - A Polícia Federal realiza uma operação nesta quinta-feira (29) contra suspeitos de envolvimento em atos de vandalismo contra a sede da PF em Brasília no dia 12 de dezembro. Um homem, identificado como Átilla Melo, foi preso nesta quarta-feira (28) em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
A PF cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Atilla em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De acordo com as investigações, o homem seria um dos integrantes de um grupo que depredou bens públicos e colocou fogo em carros e ônibus por causa da prisão do indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante. Os suspeitos teriam tentado invadir a sede da PF com o objetivo de resgatar o homem.
"O conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo", informou a PF.
De acordo com a PF, as ordens de prisão foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além da prisão no Rio, outros três envolvidos já foram presos em operações realizadas simultaneamente nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e no Distrito Federal. Ao todo, são 11 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão.
Até o momento, a investigação encontrou indícios de crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Em caso de condenação, as penas podem chegar a 34 anos de prisão.
Relembre o caso
A noite do dia 12 de dezembro foi marcada por um conjunto de atos de vandalismo em Brasília. Segundo a PF, o estopim para os atos de violência foi a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). A ordem foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), por suspeita de insuflar manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília.
Na época, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, afirmou que uma parcela dos autores dos atos também fazia parte de um acampamento que se alojou em frente ao Quartel General do Exército.
Desde a divulgação, no início de novembro, do resultado do segundo turno, eleitores do presidente Bolsonaro montaram uma espécie de vigília aos arredores dos prédios das forças militares de diversos Estados.
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