Secretaria de Ordem Pública identificou 23 cercadinhos na virada do ano, em Copacabana, na Zona SulDivulgação

Rio - A prefeitura do Rio identificou o uso irregular de áreas públicas por parte de barraqueiros legalizados durante a virada do ano, em Copacabana, na Zona Sul e, segundo a Secretaria de Ordem Pública (Seop), eles podem ter seus alvarás cassados. Em pelo menos um desses "cercadinhos", o cliente precisava desembolsar R$ 700 para ter direito a mesa, banheiro e chuveiro exclusivos, além de um buffet de frios liberado.
Em contato com o DIA, o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, informou que, entre os dias 30 e 31, os agentes identificaram 23 barracas e quiosques criando o chamado "cercadinho", quando os donos dos estabelecimentos cercam uma área da praia, que é pública, e cobram um valor para os clientes terem acesso.
"Nas primeiras vistorias, identificamos e multamos os responsáveis pela montagem dos cercadinhos. Em nova passagem, agora próxima a hora da virada, os agentes tornaram a relatar a presença de fechamento de locais públicos. Até pela necessidade de caminhão e mais contingente para desmontar, não foi possível desfazê-los, mas tudo registrado fotograficamente. Agora, a prefeitura vai analisar caso a caso, aplicará novas multas e, nos casos mais graves, vai solicitar a cassação do alvará de funcionamento. Temos uma relação de boa fé com esses profissionais e todos sabem das proibições. Neste caso, não podemos tolerar, porque é importante ficar registrado que uma minoria não pode prejudicar uma classe inteira de trabalhadores que têm um histórico de bom atendimento e respeito à coletividade", afirmou Carnevale.
Na noite da virada, o aluguel de uma cadeira de praia chegou a custar R$ 100. Quem, porventura, desejasse o aluguel de uma mesa de plástico, com quatro cadeiras, precisava desembolsar R$ 700, conforme anunciavam os vendedores na porta dos cercadinhos. Para ir até a beira da água, era preciso passar por corredores, que eram os espaços restantes entre as grades de um cercadinho e outro.
Segundo a Seop, para a operação Réveillon 2023, iniciada na última sexta-feira, foram empregados 1.517 agentes para fiscalizar ambulantes e fazer o ordenamento urbano, sendo 355 guardas municipais exclusivamente no monitoramento e fiscalização do trânsito. Até a manhã do último domingo (1º), 9.724 itens tinham sido apreendidos, como 165 garrafas de vidro, 14 cabos de energia, duas churrasqueiras, dez carrinhos, duas mesas de som, dois amplificadores, quatro caixas de som, botijões e grelhas.
As multas aplicadas tiveram valor mínimo de três mil reais, crescendo à medida do tamanho do cercadinho. Os casos com grande área pública tomada ilegalmente que podem ter os alvarás cassados.

Foram aplicadas também 540 multas, sendo a maioria por estacionamento irregular. Foram removidos 1.363 ambulantes irregulares e rebocados 179 veículos. Além disso, 19 pessoas foram detidas e conduzidas à delegacia por motivos como furto a pedestre e desacato aos agentes na hora da abordagem. Houve ainda o registro de uma criança perdida, que foi devolvida aos responsáveis.
Presidente da Associação de Comércio Legalizado da Praia (Ascolpra), Paulo Joarez afirmou que agregação trabalha, constantemente, na conscientização dos profissionais, mas que, infelizmente, nem todos seguiram o que é passado.
"Orientamos aos barraqueiros as regras que regem a nossa atividade. Uma minoria foge do padrão. A eles, infelizmente, cabe o poder da lei agir", disse.