Segundo a família, Marlon trabalha há cinco anos como entregador de água para um depósito na comunidadeAcervo Pessoal
Rio - A Defensoria Pública do estado do Rio informou, nesta quarta-feira (4), que está prestando assistência jurídica para a família de Marlon Anderson Cândido, 23 anos, baleado durante uma operação da Polícia Militar na comunidade CCPL, em Benfica, Zona Norte, na última segunda-feira (2). Ele está sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. A PM afirma que o jovem está envolvido em um ataque contra policiais. Já a família alega que ele é inocente e trabalhador.
De acordo com Guilherme Pimentel, ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio, o jovem pode estar sendo vítima de uma injustiça.
“O caso do Marlon nos preocupou muito porque é um desses casos que tem fortes indícios de injustiça contra ele e portanto uma criminalização indevida, ele foi alvejado pela polícia, vítima de arma de fogo e passou a ser incriminado pela polícia mesmo se haver elementos fortes que indiquem a veracidade dessa acusação, muito pelo contrário, moradores de manguinhos e lideranças têm falado de forma convicta que ele trabalha com entrega de água mineral e está lutando pela casa própria, de pouquinho em pouquinho pra construir com a apoio da sua mãe, que trabalhou a vida inteira como empregada doméstica. Por isso, de imediato acolhemos o caso. Essa família tem sofrido uma angústia profunda, então estamos com eles pra dizer que não estão sozinhos e garantir os direitos da mãe, do Marlon e da sua irmã”, explicou.
O ouvidor-geral informou ainda que a audiência de custódia irá ocorrer nesta quarta-feira (4) e que o caso chegou à Defensoria através de lideranças de Manguinhos, que relataram que a família estava precisando de orientação jurídica.
“Desde então prestamos as primeiras orientações. A ouvidoria avisou o núcleo de audiência de custódia e a defensora que coordena começou a atuar em prol dos direitos do Marlon e essa atuação tem passado por duas frentes principais, primeiro garantia do direito a visitação da família no hospital, e segundo a preparação da defesa desde a etapa da audiência de custódia que vai acontecer hoje”, disse.
Em entrevista ao O DIA, a tia de Marlon, Michele Cândido, 38 anos, contou que ele saía de casa para ir ao trabalho quando policiais teriam entrado na comunidade atirando durante um confronto com criminosos. Ela também acusa os agentes de não prestarem socorro à vítima, que teria sido atingida por um disparo dos próprios militares.
"A mãe dele está muito abalada, só sabe chorar. Ela está na porta do hospital nesse momento, desamparada, desolada, preocupada e sem saber como será o destino do filho que, além de ter sido baleado sendo inocente, está sendo acusado de algo que ele não fez. Como pode? Marlon não é bandido, é entregador de água da comunidade há cinco anos, todos o conhecem", desabafa.
De acordo com Guilherme Pimentel, ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio, o jovem pode estar sendo vítima de uma injustiça.
“O caso do Marlon nos preocupou muito porque é um desses casos que tem fortes indícios de injustiça contra ele e portanto uma criminalização indevida, ele foi alvejado pela polícia, vítima de arma de fogo e passou a ser incriminado pela polícia mesmo se haver elementos fortes que indiquem a veracidade dessa acusação, muito pelo contrário, moradores de manguinhos e lideranças têm falado de forma convicta que ele trabalha com entrega de água mineral e está lutando pela casa própria, de pouquinho em pouquinho pra construir com a apoio da sua mãe, que trabalhou a vida inteira como empregada doméstica. Por isso, de imediato acolhemos o caso. Essa família tem sofrido uma angústia profunda, então estamos com eles pra dizer que não estão sozinhos e garantir os direitos da mãe, do Marlon e da sua irmã”, explicou.
O ouvidor-geral informou ainda que a audiência de custódia irá ocorrer nesta quarta-feira (4) e que o caso chegou à Defensoria através de lideranças de Manguinhos, que relataram que a família estava precisando de orientação jurídica.
“Desde então prestamos as primeiras orientações. A ouvidoria avisou o núcleo de audiência de custódia e a defensora que coordena começou a atuar em prol dos direitos do Marlon e essa atuação tem passado por duas frentes principais, primeiro garantia do direito a visitação da família no hospital, e segundo a preparação da defesa desde a etapa da audiência de custódia que vai acontecer hoje”, disse.
Em entrevista ao O DIA, a tia de Marlon, Michele Cândido, 38 anos, contou que ele saía de casa para ir ao trabalho quando policiais teriam entrado na comunidade atirando durante um confronto com criminosos. Ela também acusa os agentes de não prestarem socorro à vítima, que teria sido atingida por um disparo dos próprios militares.
"A mãe dele está muito abalada, só sabe chorar. Ela está na porta do hospital nesse momento, desamparada, desolada, preocupada e sem saber como será o destino do filho que, além de ter sido baleado sendo inocente, está sendo acusado de algo que ele não fez. Como pode? Marlon não é bandido, é entregador de água da comunidade há cinco anos, todos o conhecem", desabafa.
A família de Marlon ainda divulgou fotos dele entregando água na comunidade e a imagem de um crachá de jovem aprendiz, da época em que ele começou a trabalhar.
"Marlon sempre foi um menino de ouro, seu primeiro trabalho foi como jovem aprendiz de auxiliar administrativo. Ele sempre foi esforçado, sempre correu atrás dos seus sonhos e objetivos, sem se envolver com nada errado. Ele também gostava de atuar, fez cursos de teatro dentro da nossa comunidade, mas, desde novo, é apaixonado por jogar futebol. O amor dele é o futebol e o Vasco", contou a tia.
O que diz a PM
De acordo com a Polícia Militar, agentes realizavam um patrulhamento de rotina na localidade conhecida como CCPL, quando foram alvos de disparos efetuados por criminosos. Em nota, eles trataram Marlom como suspeito. “Houve confronto e um dos suspeitos acabou ferido na troca de tiros", disse.
A PM alega ainda que "após o confronto, os agentes foram informados que um homem havia dado entrada, vítima de disparo de arma de fogo, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha. Na unidade, após conversas com os familiares e contato visual do mesmo, foi constatado pela guarnição que se tratava do suspeito envolvido no ataque à equipe do 22° BPM".
Ainda segundo a corporação, diante dos fatos, a equipe encaminhou a ocorrência para a 21ªDP (Bonsucesso), que determinou que o homem fosse mantido em custódia no Getúlio Vargas.
Procurada, a Polícia Civil informou que os policiais militares envolvidos na ação foram ouvidos e narraram o episódio, o que determinou a detenção sob custódia do homem.
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