Ryan Barreto, 9, recebeu a dose de reforço na Clínica da Família Estácio de Sá, no Rio CompridoEstefan Radovicz/Agência O Dia

Rio - O Rio de Janeiro espera vacinar 100 mil crianças com idades entre 5 e 11 anos com o reforço contra a covid-19 nesta semana. A aplicação para a faixa etária teve início na manhã desta segunda-feira (9) nas 286 unidades de Atenção Primária. A cidade conta 112 mil doses para o grupo, que deve receber o imunizante quatro meses após ter completado o esquema primário. 
Na Clínica da Família Estácio de Sá, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio, houve baixa procura pelo reforço para as crianças na manhã desta segunda-feira. Preocupada com a saúde dos filhos, a babá Tatiane de Neves Lúcio não quis esperar e levou João Vitor Martins de Neves, de 7 anos, e Anna Júlia Martins, de 8, para receberam a dose de reforço já no primeiro dia de aplicação. "Pelo menos foi legal, tomar a vacina não dói", disse o menino.
"Eu acho muito importante, muito mesmo. Eu não tinha visto (que a vacinação já estava disponível), minha mãe que me informou e eu falei: segunda-feira cedinho vou levar eles para tomar vacina. Eu não sei se eu peguei a covid-19, mas eu tenho parentes que pegaram e não resistiram, então, eu acho muito importante vacinar. É um alívio tremendo", contou Tatiane, que também disse estar ansiosa para que a filha de 3 anos receba o reforço na proteção. 
De acordo com o secretário Municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, que acompanhou o início da aplicação na Clínica da Família Estácio de Sá, ainda não há previsão para que a dose de reforço seja disponibilizada para os menores de 5 anos, já que o Rio recebeu uma baixa quantidade de vacinas e ainda está aplicando a primeira e a segunda para esta faixa etária. A expectativa é de que uma nova remessa dos imunizantes chegue à cidade em fevereiro para que o esquema primário do grupo seja concluído. 
O risco de contaminação pela covid-19 no período de volta às aulas também preocupa pais e responsáveis. Para o professor João Cláudio Cersosimo, que levou o filho Lorenzo Cersosimo, 5, na Clínica da Família do Rio Comprido, além de proteger o menino contra o novo coronavírus, a vacinação colabora para que todas as crianças que convivem no ambiente escolar estejam mais seguras. 
"Proteção para retornar à escola mais seguro, porque é um ambiente fechado. Agora está mais seguro, mais tranquilo. Não que vai evitar de pegar, mas de uma forma mais branda, ainda mais que ele é criança. Então, fico mais tranquilo, mais aliviado. Nessa volta às aulas são muitas crianças, a gente não sabe como foram as férias delas, elas também não sabem como foram as dele, então, é uma segurança que a gente têm, não só para ele, mas também para os coleguinhas. Sensação de alívio e de conforto por mais essa proteção", disse o pai. 
Mãe de três meninos, a auxiliar de serviços gerais Francisca Gomes da Silva levou Nicolas Gomes da Silva, 5, e Caíque Gomes da Silva, 7, para receberem o reforço. Já mais velho das crianças, João Gomes Silva, 12, estava com a terceira dose atrasada e aproveitou para atualizar a caderneta de vacinação junto com os irmãos. "É importante (a imunização) para não pegar na escola, não passar para alguém, ainda mais agora que está voltando às aulas. Quis vir logo no primeiro dia, é uma sensação de alívio", contou a mãe. 
De acordo com o secretário Municipal de Saúde do Rio (SMS), Daniel Soranz, dos 19 pacientes atualmente internados com o novo coronavírus na capital fluminense, quatro são crianças. "A criança é sempre um público de atenção, porque a internação de criança é algo que não é comum, não é para ser comum. Infelizmente, a gente ainda vê crianças não vacinadas sendo internadas", disse Soranz que ressaltou a importância da dose de reforço, em especial para as crianças com comorbidades. 
"Principalmente as crianças que têm algum tipo de comorbidade, precisam procurar uma unidade de saúde o quanto antes para se proteger (...) A gente sabe que a dose de reforço aumenta muito o nível de proteção para internação e para casos graves. Essa proteção ultrapassa 400 vezes. Do ponto de vista epidemiológico, essa dose de reforço é essencial. A expectativa é que a gente consiga vacinar 100 mil crianças nessa primeira semana. A gente pede aos pais que fiquem atentos à caderneta de vacina", disse o titular da pasta.
Ainda de acordo com Soranz, o atual cenário epidomiológico do município é favorável, devido à alta cobertura da população adulta no esquema primário. Entretanto, segundo o secretário, aproximadamente um milhão de cariocas não retornaram aos postos para receberm o reforço contra a doença, o que acende um alerta para o Carnaval, período em que há grandes pontos de aglomeração e presença de visitantes na cidade Rio de Janeiro. 
"Quando o nível de proteção vai caindo ao longo do tempo, abre espaço para que a gente volte a ter um cenário epidemiológico complicado. Está chegando o Carnaval, momentos de muita aglomeração na cidade, e a única maneira de a gente garantir a nossa proteção é mantendo o nível de cobertura vacinal que a gente já alcançou", ressaltou Soranz.