Desmonte do acampamento bolsonarista, na frente do CMLEstefan Radovicz/ Agência O Dia

Rio - O acampamento montado por bolsonaristas foi completamente desmontado em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste (CML), no Centro do Rio, na noite desta segunda-feira (9). O desmonte teve início pela manhã após uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo dos atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal (STF), e um pedido do Ministério Público Federal (MPF) ao Exército Brasileiro.
Faixas com dizeres antidemocráticos, além de tendas e pallets usados no acampamento foram recolhidos. O local, agora, está com o policiamento reforçado por policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), e não há mais nenhum apoiador de Bolsonaro na área militar.
Ninguém foi preso durante o desmonte, mesmo com denúncias de agressão contra um fotógrafo que realizava a cobertura do fato. O governador do Estado do Rio, Cláudio Castro, disse que a orientação do governo é que os manifestantes só fossem presos se resistissem à desmobilização.
O palácio fica na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, ao lado da Central do Brasil, por onde passam milhares de pessoas todos os dias. Os acampamentos em frente aos quartéis de diversas cidades do país foram montados após a derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, no dia 30 de outubro, por apoiadores do ex-presidente que não aceitaram o resultado do pleito.
O prefeito Eduardo Paes já havia informado, na manhã desta segunda-feira (9), que a prefeitura iria agir em conjunto com a Polícia Militar e o Exército para o desmonte do acampamento. "A prefeitura do Rio irá, em colaboração com o exército e com a polícia militar, promover a retirada de todos os objetos e barracas que ocupam o espaço público tomado por manifestantes que atentam contra a democracia na praça Duque de Caxias", disse em suas redes sociais.
Ordem após atos golpistas
O ofício foi enviado na noite de ontem (8) ao general de Exército André Luis Novaes de Miranda, comandante Militar do Leste, após atos de vandalismo de radicais de extrema direita, que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, em Brasília, durante a tarde.

No documento, o procurador argumenta que o país assistiu a "atos golpistas, com métodos terroristas", com a depredação das sedes dos Três Poderes. "Os criminosos atentaram contra o Estado Democrático de Direito e manifestaram total desprezo pelas instituições da República", afirmou Araújo.

"Tais fatos violentos puseram em risco a vida de numerosas pessoas (entre agentes públicos e particulares), causaram danos ao patrimônio público e, sobretudo, causaram medo e insegurança à população em geral. Além disso, geram a apreensão de que novas mobilizações golpistas ocorrerão, não só em Brasília, mas em todo o país", diz o ofício.
Segurança reforçada
Ainda na noite de domingo (8), Castro afirmou que "será enérgico contra toda e qualquer manifestação que não respeite os patrimônios público e privado, e o direito de ir e vir dos cidadãos do Rio". Ele também designou que as Polícias Militar e Civil reforcem a segurança em prédios públicos, além de colocar mais agentes em prontidão.
Paes também suspendeu todas as folgas e licenças dos agentes da Guarda Municipal a partir desta segunda-feira (9). O prefeito também disse que está em contato com o governador Cláudio Castro e que, juntos, vão tomar outras medidas para garantir a segurança. "Seremos firmes contra qualquer tentativa de terrorismo no Rio", declarou Paes.