O corpo de Tom Klak foi encontrado na última terça-feira (10), próximo ao Arquipélago das Cagarras, em frente a Praia de IpanemaAcervo Pessoal

Rio - A família do comissário de bordo Tom Klak, de 28 anos, encontrado morto na última terça-feira (10), aguarda a liberação do corpo do turista para que ele seja transportado para a Alemanha. Segundo o ex-namorado e amigo próximo da vítima, o brasileiro Felipe Duarte, de 36, a expectativa é de o processo seja concluído ainda hoje (16), para que Tommy seja levado para Lübeck, na Região de Schleswig-Holstein, no norte do país, onde será sepultado.
O cadáver do rapaz foi encontrado por pescadores e resgatado pelos bombeiros, já em avançado estado de decomposição, próximo ao Arquipélago das Cagarras, em frente a Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio. A causa da morte foi confirmada como afogamento, segundo apontou o exame de necropsia.
De acordo com Duarte, a espera do traslado tem afetado principalmente a mãe do rapaz, que está muito abalada pela tragédia com o filho e anseia poder sepultá-lo. Os familiares tentam resolver os trâmites legais com rapidez para que o cadáver saia do Brasil na próxima terça-feira (17) e chegue no país natal, no máximo, até quinta-feira (18), para que seja realizada a cerimônia de despedida.
"Está sendo difícil, mas a gente sabe que demora mesmo, não queremos reclamar de nada. A gente só quer que essas questões se resolvam e nós consigamos tirar logo o Tommy daí e trazê-lo de volta para casa. A mãe dele precisa disso para começar a se recuperar", contou.
Ainda segundo o ex-namorado de Tommy, a forma como a imagem de Klak foi divulgada por parte da imprensa estaria manchando a reputação do rapaz e atingido principalmente a mãe dele.
"A repercussão na mídia também tem afetado muito a mãe dele. É o que mais afeta. Vimos vários jornais que se referiram ao Tommy como um turista drogado, que arrumou confusão e se afogou sob efeito de drogas. Ela tem pedido para esquecermos tudo e não comentarmos mais nada depois que o corpo vier para cá, porque não aguenta mais a imagem do filho sendo atacada. Ela fala 'esse não é o meu Tommy, eles estão falando dele como se fosse uma pessoa ruim, deixem essa história acabar e que parem de falar dele' e isso tem machucado bastante", explicou.
Duarte relata que Tommy nunca teve o hábito de usar drogas e nunca foi de arrumar confusão. Ele descreve o ex-namorado e amigo como uma pessoa quieta, dedicada, muito sensível e amável.

Apesar das circunstâncias ainda incertas, o amigo ainda elogiou o trabalho dos policiais da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) que, segundo ele, prestaram todo o atendimento necessário à família.

"Nunca vi polícia mais solícita e empenhada em nos dar suporte quanto os policiais da Deat, desde a forma como nos trataram até os recursos que possuem. Um dos policiais fala inglês fluente, pegou o depoimento da Natalie, irmã do Tom, que não fala português, e nos ajudou muito. Nem aqui na Europa eu vi algo parecido", apontou.

Natalie Urbano, de 26, melhor amiga de Tom e tida por ele como irmã, contou como está sendo os primeiros momentos sem o 'irmão' mais velho e deu detalhes sobre a personalidade do rapaz.

"É difícil para mim falar sobre ele agora. Tommy e eu passamos muito tempo juntos em Frankfurt. Agora tudo que eu vejo, todos os lugares por onde eu passo, me lembram dele, porque nós fazíamos tudo juntos, tudo mesmo. Nós éramos como irmão e irmã. Ele era muito doce, atencioso, calmo, parceiro, extremamente sensível e amável, todas as pessoas o amavam", desabafou.
Urbano contou que o amigo sempre foi muito prestativo e presente na vida das pessoas que amava, nunca deixando-os desamparados.
"Todas as vezes que eu tive problemas na minha vida, desde que eu o conheci, ele sempre veio me ajudar, ele sempre estava aqui para mim, fazia questão de sempre me dizer que estava com saudade e me amava. Ele era uma pessoa muito amável e cheia de amor para com os outros", destacou.
O caso é investigado pela Deat, que realiza diligências para desvendar as circunstâncias da morte.

*Reportágem do estagiário Jorge de Mello, sob orientação e supervisão de Iuri Corsini