Rogério 157 está preso desde janeiro de 2018 na Penitenciária Federal de Porto Velho, em RondôniaDivulgação
De acordo com a Corregedoria, a dupla ofereceu um “pagamento vultoso” para o agente, que estava sendo aliciado pelos investigados, para que deixasse de enviar o ofício de renovação em tempo hábil, ou seja, dentro do prazo estabelecido pela Vara de Execuções Penais.
O plano
Pela lei, quando há uma transferência de um preso para o sistema penal federal, o governo do estado de origem do detento precisa, anualmente, entregar um parecer sobre os riscos de trazê-lo de volta a uma cadeia local.
Esse parecer, ou ofício de renovação, tem que ser entregue à Vara de Execuções Penais e detalha, por exemplo, a periculosidade do preso, seu poder de influência e sua rede de aliados. Cabe à Justiça, diante desse relatório, decidir se o detento continua em uma cadeia fora ou se pode retornar.
O plano consistia em fazer com que o estado perdesse essa data, no caso de Rogério 157, o prazo para entrega do documento vence no fim deste mês.
Em depoimento, o agente da Ssinte contou que o advogado e o policial disseram que o traficante era “bastante generoso” e pediram que ele escolhesse “um valor que seria apresentado a Rogério para aprovação”.
Em novembro, segundo o agente, ocorreram dois encontros: um em Niterói, com Mario, e outro no Centro do Rio, com Mario, Josué e um outro homem, ainda não identificado, que também se apresentou como policial civil.
Na conversa, Josué foi apontado pelos colegas como “a pessoa que desenrolava questões em nome de Rogério”. E, ainda com base no depoimento do agente da Ssinte, o próprio advogado ainda propôs ao declarante que “apresentasse uma lista de presos cuja remoção estaria sob sua influência a fim de apreciar o interesse pelas remoções”.
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