Monique deixou o presídio para responder o processo em liberdadePedro Ivo/Agência O Dia

Rio - O secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, utilizou as redes sociais para comentar a volta de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, a um cargo na pasta em função administrativa no almoxarifado. Servidora concursada, ela estava afastada desde abril de 2021, quando foi presa acusada de matar o próprio filho. Ré no processo junto com seu ex-namorado e ex-vereador Jairo de Souza, o Jairinho, ela aguarda o julgamento em liberdade, depois de ter tido sua prisão revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
"Se dependesse de mim, Monique Medeiros já teria sido demitida há muito tempo, mas sabemos como a Justiça demora no Brasil. Desde que aconteceu este caso absurdo, instauramos um processo administrativo, mas como ela foi solta pela Justiça e ainda não houve sentença condenatória, a orientação jurídica recebida pela Secretaria é de que não há como a servidora ser afastada e ter a remuneração suspensa", afirmou Ferreirinha. 
Até agosto de 2020, Monique exercia o cargo de diretora na Escola Municipal Ariena Vianna da Silva, no bairro de Senador Camará, na Zona Oeste da cidade. Depois, pediu exoneração do cargo e passou a atuar no gabinete do conselheiro Luiz Antônio Guaraná, no Tribunal de Contas do Rio (TCMRJ). A mãe de Henry foi exonerada em março de 2021, mas não perdeu a matrícula no município por ser concursada e estar licenciada.
"Desta forma, ela retornou ao trabalho em função administrativa no almoxarifado da Secretaria, longe da sala de aula e das nossas escolas. Precisamos todos, como sociedade, cobrar mais agilidade na conclusão do julgamento para que a justiça seja feita em nome e memória do menino Henry", completou o secretário na publicação. 
Relembre o caso
Henry Borel, de 4 anos, foi levado para um hospital da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na madrugada de 8 de março de 2021. O menino chegou à unidade de saúde com manchas roxas em várias partes do corpo e o laudo da perícia apontou que a morte dele foi provocada por laceração hepática. O caso foi investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca) que concluiu, em maio do mesmo ano, que Jairinho agredia o a criança.
O inquérito também revelou que Monique sabia que o filho vinha sendo vítima do padrasto, mas se omitia. O ex-vereador e a mãe da criança foram indiciados por homicídio duplamente qualificado. Jairinho foi denunciado ainda por tortura e Monique por omissão quanto à tortura. A juíza Elizabeth Louro, do 2º Tribunal do Júri, decidiu que o ex-casal vai a júri popular.