Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que autorizou o governo federal a recontratar médicos cubanos que integravam o programa Mais MédicosDivulgação
Na petição, o Conselho explica que, sem o CRM, não pode aplicar sanções em caso de infração ao Código de Ética Médica nem fiscalizar o exercício da prática médica no estado. Ambas as situações expõem diretamente à população e podem acarretar prejuízos na qualidade da assistência dos pacientes.
No texto, o Conselho afirma que "é notório que a recontratação dos profissionais por apenas mais um ano não é medida hábil a sanar o déficit de profissionais nas regiões mais desfavorecidas do país". Outro trecho do documento aponta que "a medida só mascara um problema existente, deixando a população desamparada quanto a eventuais falhas técnicas e de conduta praticada por esses profissionais, que, por não obterem registro à luz da legislação pátria, não são médicos".
Vale lembrar que a revalidação do diploma de medicina no Brasil é feita por meio do Revalida, exame de responsabilidade do Ministério da Educação. Todos os profissionais, inclusive brasileiros, formados em medicina por faculdades estrangeiras devem passar pela revalidação do diploma. O Cremerj reconhece a importância desse processo e só emite CRM para médicos formados no exterior mediante toda a documentação necessária.
Além disso, de acordo com o estudo Demografia Médica, publicado em 2020 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Universidade de São Paulo (USP), não há falta de médicos no estado do Rio de Janeiro. São 63.873 médicos para atender 17.264.943 habitantes – uma razão de 3,70 médicos para cada mil habitantes. Naturalmente, a capital concentra o maior número de médicos: 23.033 profissionais para atender 10.546.040 cariocas, uma razão de 2,18 médicos por mil habitantes.
"Logo, a contratação de profissionais sem CRM está longe de ser o melhor caminho para ajudar a melhorar a saúde pública em nosso estado e também no país", conclui Munhoz.
Agora, o governo federal tem 10 dias para apresentar um plano de ação para que os profissionais sejam realocados. O Ministério da Saúde, por sua vez, apontou que ainda não foi notificado, mas prometeu celeridade no cumprimento da determinação.
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