Até o momento, 16 suspeitos foram presosMarcos Porto/Agência O DIA

Rio - A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (2), mais uma operação Torniquete para o combate de roubo de cargas e veículos, na Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste. Segundo as investigações, a região é considerada uma das bases operacionais da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP). Ao todo, 16 suspeitos foram presos e 37 veículos roubados foram recuperados.

De acordo com a Polícia Civil, a base operacional fornece armamento pesado como fuzis, pistolas e granadas, para a prática de roubos de veículos e de cargas, que são cometidos em diversas regiões do Rio de Janeiro, como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, e outros bairros das Zonas Sul, Norte, Oeste, bem como Região Metropolitana, em Niterói e São Gonçalo e também na Baixada Fluminense.


O crime organizado local realiza blitz para abordar e identificar possíveis policiais e bandidos de facções rivais. E essas ações já resultaram na morte de 3 motoristas e mais 6 ficaram baleados desde outubro de 2021.

O último evento ocorreu no dia 24 de novembro de 2022, onde houve um homicídio e uma tentativa de homicídio. Uma das vítimas foi alvejada por disparos ao tentar fugir de um engarrafamento e passar pela favela Cavalo de Aço, em Senador Camará; a outra foi baleada dentro da Vila Aliança e foi atendida em estado grave no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz.

Informação obtida do setor de inteligência mostra ainda que a Vila Aliança se tornou uma comunidade distribuidora de produtos roubados, abastecendo outras comunidades da mesma facção. E no seu interior há diversos veículos roubados.

As investigações revelam também que no interior dessas comunidades ocorrem as seguintes atividades criminosas relacionadas aos roubos carga e veículos: Armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores; clonagem de veículos para posterior revenda ou troca por armas e drogas; desmanche de veículos para revenda de peças; uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e cometimento de outros crimes; cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX, entre outros.


A ação é baseada em dados de investigação e de inteligência das delegacias de Roubos e Furtos de Cargas e a de roubos e furtos de automóveis (DRFC e DRFA), com apoio de diversas Delegacias Especializadas e da CORE e e de outras Unidades do o Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), analisados conjuntamente com informações do Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINTE).
Durante a operação, policiais militares ainda precisaram retiram um ônibus que estava atravessado numa rua da comunidade da Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio. O coletivo foi colocado por criminosos com o objetivo de impedir o avanço das forças policiais.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, agentes ainda foram atacados por um criminoso que tentava fugir da operação. Houve confronto e o suspeito acabou sendo baleado. Com ele, um fuzil foi apreendido. Em outra alça, os agentes ainda apreenderam 30 tabletes de maconha.
O delegado Felipe Curi reforçou que a facção criminosa aumenta sua fonte de renda emprestando armas para que criminosos pratiquem roubos de veículos e de cargas.

“As investigações mostram que essas localidades viraram focos de roubos. Então essa operação representa uma série de ações da Polícia Civil em várias comunidades que estão sendo investigadas e mapeadas de acordo com o setor de inteligência justamente para que esses locais deixem de ser bases operacionais para a prática desses crimes”, explicou.

Felipe Curi revelou ainda detalhes do que é feito com os veículos e cargas roubadas. “As investigações demonstram que os veículos roubados são levados para dentro das comunidades e são clonados, cortados e alguns são trocados por drogas e utilizados para outros crimes e as cargas também são levadas para a comunidade, são revendidas para receptadores e dependendo da comunidade, os próprios comerciantes ficam com essas cargas roubadas e vendem para a população com preço menor. Então o objetivo é combater essa prática criminosa e esse novo viés que explora o tráfico de drogas que vê esses roubos como fonte de renda”, disse.