Sailson José das GraçasAlexandre Vieira / Agência O Dia

Rio - O 'Monstro de Corumbá', ou serial killer da Baixada, Sailson José das Graças, réu confesso de mais de 40 assassinatos entre 2005 e 2014 na região, foi condenado a mais 30 anos de prisão nesta quarta-feira (1º). De acordo com a decisão da Justiça, a pena foi dada pelo homicídio duplamente qualificado de Paulo Vasconcelos, em 2014, que foi morto por uma dívida de R$ 40.
O valor seria devido à companheira do criminoso, Cleusa Balbino de Paula, que foi a mandante do assassinato. Ela também recebeu a mesma sentença de 30 anos de prisão pelo crime.
Segundo a Juíza Tula Corrêa de Mello, a dupla cometeu o crime de forma audaciosa, praticamente "ostentando" a condição de matador de Sailson. A magistrada pontua que ele manifestava clara satisfação na prática criminosa, inclusive em entrevistas.
"A personalidade do réu demanda resposta penal mais gravosa, já que premeditou o crime, se armando com uma faca e buscando informações sobre os locais frequentados pela vítima e as melhores condições para surpreendê-la. Por fim, reconheço como circunstância judicial desfavorável a intensidade do dolo, considerando a quantidade de facadas, bem como o local em que foram desferidas, sendo em local letal. Assim, fixo a pena-base em 30 (trinta) anos de reclusão", concluiu a magistrada.
Sobre a participação de Cleusa, a magistrada chamou a atenção para o fato da companheira ter se aproveitado de um relacionamento anterior com a vítima para atraí-lo ao local onde viria a ser morta por Sailson.
"Reconheço como circunstância judicial desfavorável, a audácia criminosa na medida em que mantém um relacionamento com o acusado Sailson, sabendo de sua condição de serial killer, se aproveitando dessa caraterística para satisfação pessoal em razão de desavenças pessoais. Além disso, a personalidade da ré demanda resposta penal mais gravosa, já que praticou o crime na condição de mandante, se valendo da condição de ter um relacionamento prévio com a vítima", avaliou.
O caso
O assassinato de Paulo Vasconcelos aconteceu no dia 12 de novembro de 2014, na Estrada Adrianópolis, no bairro Amaral, em Nova Iguaçu, na Baixada. A vítima foi atacada com diversas facadas, após ser atraída por Cleusa para um programa sexual em sua casa. A morte teria sido motivada por uma dívida de R$ 40 contraída por Paulo com a mandante.
Outras condenações
Sailson está preso desde 2014, quando foi detido preventivamente em um bar com mais duas pessoas pela morte de uma mulher. Naquela ocasião, em depoimento a policiais ele teria confessado matar 43 pessoas, a maioria mulheres brancas num período de nove anos entre 2005 e 2014.
Desses crimes, além da morte de Paulo, Sailson já foi condenado outras duas vezes. Em 2021, recebeu a pena de 16 anos e quatro meses pela morte de Francisco Carlos Chagas. Já em 2018, foi condenado a 16 anos e seis meses por outro assassinato.
À época de sua prisão, Sailson disse sentir prazer em matar e de sentir as vítimas se debatendo enquanto ele as estrangulava.
De acordo com a Polícia Civil, o número apresentado pelo serial killer foi exagerado. No momento, ele é apontado coo o autor de seis assassinatos e quatro tentativas de homicídio. Todos os crimes ocorreram no bairro de Corumbá, em Nova Iguaçu.