Ministro revela que CGU estuda sigilo de telegramas do caso MarielleDivulgação

A Controladoria-Geral da União (CGU) estuda a possibilidade de derrubar o sigilo em telegramas do Itamaraty que citam a vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018. O sigilo foi determinado pelo governo Bolsonaro. "Está em análise", afirmou o ministro da CGU Vinícius de Carvalho.
Os telegramas servem para que o Itamaraty e as embaixadas e consulados brasileiros pelo mundo se comuniquem. O método serve para passar orientações sobre como proceder em determinados episódios. 
Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (6), Vinícius de Carvalho relatou que não sabe qual o conteúdo dos telegramas. “O que eu sei é que é uma quantidade de material muito grande”, explicou.

“São vários telegramas, né, envolvendo... e que eventualmente o Itamaraty pode analisar e fazer uma triagem e ver o que de fato ali tem informações que não podem ser publicizadas até em benefício da investigação [do caso Marielle] ou dados pessoas sensíveis. Mas essa é uma análise que a gente pode até recomendar que o Itamaraty faça, mas eu não sei o que tem dentro dos telegramas”, acrescentou.

Na semana anterior, a CGU tinha revelado que revisou 234 processos que estavam sob sigilo de maneira indevida.

Cartão de vacinação de Bolsonaro 'está para julgamento', diz CGU
Na semana passada, a CGU anunciou um parecer com 12 orientações para derrubar sigilos impostos pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Carvalho informou que o sigilo imposto no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) 'está em julgamento' .
“A Lei Geral de Proteção de Dados é plenamente compatível com a Lei de Acesso à Informação, não tem nenhuma contradição entre elas. Eventuais decisões que são tomadas usando a LGPD como biombo para não se oferecer o acesso à informação têm que ser reavaliadas porque dados pessoais não necessariamente são dados que não podem ser publicizados”, explicou.

Uma diretriz da CGU diz que "são passíveis de acesso público" procedimentos disciplinares instaurados contra militares ou civis já julgados. O processo do ex-ministro da Saúde e hoje deputado federal, Eduardo Pazuello (PL-RJ) se enquadraria nessa diretriz, por exemplo.