De acordo com a família, Renato não tinha inimigos e era muito querido onde moravaArquivo Pessoal

Rio - Milicianos de Guaratiba são suspeitos de envolvimento no desaparecimento do pedreiro Renato dos Santos Pereira, 41 anos, que sumiu após participar de um evento no último sábado (4) em um sítio em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste. De acordo com o delegado Carlos César, há hipótese de que o grupo paramilitar teria tomado conhecimento que moradores do Campinho, Zona Norte, estariam na região e por isso invadiram o local.
Ainda de acordo com o delegado, atual responsável pela 43ªDP (Guaratiba), a milícia que atua na região de Campinho é rival do grupo que atua em Guaratiba. “Os autores, por serem rivais, temendo uma invasão para tomada de território, foram ao sítio e praticaram a ação”, explicou.
O delegado relatou ainda que segundo testemunhas, ao invadirem o evento, o grupo insistiu em perguntar se havia milicianos entre os presentes.
Ao DIA, a sobrinha de Renato disse que durante a festa cerca de 25 a 30 homens encapuzados invadiram o local e questionaram quem morava em Campinho, bairro próximo de Madureira. Os moradores que levantaram a mão foram obrigados a deitar no chão e, logo em seguida, foram agredidos pelos homens, além de terem seus celulares roubados. O pedreiro foi uma das vítimas. Após toda essa ação, os milicianos saíram do interior do sítio.
A sobrinha e outras testemunhas prestaram depoimento e relataram o ocorrido. “Segundo declarações, Renato estava com o braço machucado e sentia fortes dores. Por isso, ele então saiu do interior do sítio para buscar atendimento, porém, os suspeitos estavam do lado de fora espiando, e talvez acharam que Renato teria saído do sítio para ver a direção que eles(autores) poderiam ter seguido. Então, eles retornaram e obrigaram Renato a entrar em um dos veículos que eles estavam e o levaram”, disse o delegado.
Desde a manhã de segunda (6), as equipes da 43ªDP (Guaratiba), saíram em diligências objetivando encontrar câmeras nas proximidades do sítio que tivesse captado a ação dos suspeitos.
No entanto, no interior do sítio não existem câmeras. Em uma distribuidora de bebidas, que fica em frente, não havia câmeras direcionadas para a rua, somente no interior do estabelecimento. A câmera de uma escola, que está direcionada para rua, não estava filmando.
Apesar disso, o delegado reforçou que a Polícia Civil está trabalhando para localizá-lo.