Barracão do Império da Tijuca sofreu com alagamento por conta do temporal desta terça-feiraArquivo Pessoal

Rio - O temporal que castigou a cidade do Rio nesta terça-feira (7) afetou os preparativos das escolas de samba da Série Ouro. Os barracões foram invadidos pelas águas e as agremiações sofreram com diversos danos a dez dias do desfile de Carnaval, que acontecerão nos próximos dias 17 e 18.
"Infelizmente, o meu barracão de alegorias ficou alagado, a água cobria nossos joelhos. Foi uma correria tentando salvar nossos materiais que estavam sendo utilizados para decoração dos carros. Mesmo assim, perdemos quatro esculturas que estavam prontas. Agora é lutar para recuperá-las, pois o tempo e o financeiro está cada vez mais escasso. Nosso sonho de apresentar um grande espetáculo na Avenida continua", lamentou o presidente da Inocentes de Belford Roxo, Reginaldo Gomes.
Integrantes das escolas filmaram a situação precária dos barracões. Além do aguaceiro, é possível perceber os danos sofridos pelas alegorias. 
O carnavalesco Ricardo Hessez afirmou que o barracão do Império da Tijuca, que fica atrás dos arcos da Praça da Apoteose, alagou por conta da chuva. Com isso, algumas alegorias ficaram danificadas.
"Muitas das peças que a gente coloca em alegorias levam um trabalho de empastelação, o papel com cola para poder cobrir a escultura. Essa empastelação, em contato com a água, pode sair. Então, tivemos alguns prejuízos nesse sentido, que já conseguimos resolver hoje. Graças a Deus, foram poucas peças danificadas. Estamos com expectativa de terminar o barracão até segunda-feira da semana que vem. O Império é uma escola extremamente organizada e, por conta disso, conseguimos recuperar os danos. Mas tenho certeza que alguns amigos, em outras escolas, estão passando por situações muito complicadas", relatou.
Por fim, Ricardo também cobrou a construção da Cidade do Samba II, projeto que pretende abrigar escolas do grupo de acesso: "Precisamos urgentemente da Cidade do Samba II, que o projeto saia do papel e as escolas da Série Ouro possam fazer um Carnaval dignamente. Não só no dia do desfile, mas no processo de Carnaval que dura o ano todo e emprega milhares de pessoas".
Nas redes sociais, outros carnavalescos também lamentaram a situação. Antônio Gonzaga, do Arranco do Engenho de Dentro, publicou que as alegorias da escola foram danificadas pela chuva.
"Forrações danificadas, adereços já prontos completamente perdidos, tecidos alagados. Não sei se caiu mais água do 'teto' ou do meu rosto. Medo dos próximos dias, mas vamos seguir tentando. A Série Ouro precisa de atenção, pelo espetáculo e pela segurança de quem o faz", desabafou.
Na manhã desta quarta-feira, o perfil oficial da agremiação também comentou sobre os estragos. "Por aqui é uma manhã muito difícil. Nosso barracão foi castigado pelas fortes chuvas, como boa parte das minhas irmãs. O que tem confortado é o carinho de vocês. Gratidão ao povo do Carnaval que tem ajudado divulgando vídeos e falas do episódio. Venceremos juntos", publicou o Arranco de Engenho de Dentro.
 
O carnavalesco Jorge Luiz Silveira, da São Clemente, também escreveu que a equipe da escola ficou isolada no segundo lugar do barracão por causa do alagamento. "Barracão da São Clemente alagado. Alegorias mergulhadas na água. A equipe ilhada no segundo andar sem poder descer. Dez dias para o Carnaval", comentou.
Apesar do susto, o presidente Renato Almeida Gomes, o Renatinho, informou que as alegorias da São Clemente não sofreram danos por causa da chuva.
"Está chovendo muito. A cidade do Rio de Janeiro está em uma calamidade. Estamos com um barracão reformado, só que choveu e a água entrou por baixo, dando um alagamento. Isso é normal. Não atingiu alegoria nenhuma e não atingiu nada. Está tudo bem. É porque choveu muito. Aquela parte da Avenida Brasil vai ser um transtorno sempre que chover, mas está tranquilo", disse Renatinho.
* Reportagem feita pelo estagiário Fred Vidal sob supervisão de Flávio Almeida