Moradora de São Gonçalo, a maquiadora e instrutora Gláucia Pandoro, 31 anos, só conseguiu fazer o curso trabalhando na empresa de doces personalizados da vizinha e com a ajuda do noivo. Hoje ela vive 100% da maquiagem, conquistou a sua independência e dá aula em um projeto social. “Com o curso, a porta do Carnaval se abriu e eu consegui entrar para esse mundo. Sempre quis trabalhar com o Carnaval e na Unidos da Viradouro, que é a minha escola do coração," lembra Pandoro, que também é CEO da marca Pandoro Beauty.
A nova expertise da equipe tem permitido à Viradouro desfilar alas inteiras com a mesma qualidade que a Comissão de Frente. “Este ano, vamos colorir a Sapucaí com personagens de folguedos populares como Folia de Reis e a Festa do Divino. E como efeito especial adianto um segredo: a Viradouro este ano desfila com os componentes de uma ala inteira usando lentes de contato. E a comissão de frente vai ser focada na maquiagem. Isso só é possível graças à equipe de profissionais formados para atender o carnaval”, garante Christina.
No Carnaval 2023, entre alunos, ex-alunos e instrutores, um total de 168 pessoas irão atuar no desfile da Viradouro, na segunda-feira, 20 de fevereiro. A escola vai contar a vida e a obra de Rosa Courana, ou Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país. O grupo ficará responsável pelo make-up de aproximadamente 900 integrantes, quase metade da escola. Essa "prática carnavalesca" funciona como laboratório para os alunos, permitindo a vivência profissional em um dos maiores eventos do planeta.
"O nosso trabalho é diferenciado, mais elaborado, com um acabamento cuidadoso. O figurino conversa com a maquiagem. Quem vê não sabe onde acaba a maquiagem e começa o figurino. Eu faço esse trabalho há quatro anos e ja conseguimos balançar o mercado. Espero que isso vire uma tendência na festa mais popular do planeta, e a maquiagem vire quesito, com direito a julgamento, igual fazem no Oscar. O nosso trabalho não deixa a desejar a Hollywood", disse Christina, que tem 25 anos de profissão e deve abrir uma turma no Rio de Janeiro em maio.
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