Agentes da 14ª DP (Leblon) localizaram os golpistas em um escritório na Rua São José, no Centro do RioReprodução
Polícia fecha central clandestina de venda de imóveis no Centro do Rio
Agentes da 14ª DP (Leblon) conduziram 40 pessoas para delegacia; golpistas criavam anúncios falsos na internet
Rio - Agentes da 14ª DP (Leblon) fecharam uma central clandestina de venda de imóveis na tarde desta quarta-feira (15) no Centro do Rio. Cerca de 40 pessoas foram levadas para a delegacia para prestar depoimentos e quatro já foram presas.
De acordo com as investigações, os membros do grupo se passavam por corretores para dar golpes em donos de propriedades e em pessoas que estavam interessadas em comprar imóveis. Quando os clientes firmavam um acordo com o grupo e pagavam a primeira parcela, eles fugiam e mudavam de local.
Em conversa com O DIA, a delegada Daniela Terra informou que a quadrilha contratava mulheres para encontrar proprietários de imóveis que estavam vendendo suas propriedades na internet. Quando esses anúncios eram localizados, as mulheres entravam em contato com a pessoa, através de um perfil falso, e ofereciam ajuda para a divulgação, sem nenhum custo. A ajuda era feita através da duplicação do anúncio.
De acordo com a delegada, os imóveis procurados ficavam em diversas cidades como Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e em Iguaba Grande, na Região dos Lagos. Quando as pessoas clicavam no anúncio duplicado e eram convencidas a comprar o imóvel, elas eram transferidas para um outro setor da quadrilha que marcava uma visita. Para concluir a venda, era necessário o pagamento por PIX ou a vista.
"Elas pediam uma vantagem financeira que era enviar um PIX ou saque feito na hora de 10 mil. Elas falavam que o resto podia ser feito em diversas parcelas. A pessoa ia lá, sacava o dinheiro e depois acabou. Eles desapareciam e fugiam. Não existe isso. É uma ilusão. Não existe essa compra de imóveis nem em corporativa. Nós fizemos uma conta e vimos que um financiamento saía mais barato do que a pessoa pagar à vista", disse Daniela.
O escritório fechado nesta quarta estava hospedado na Rua São José, no Centro do Rio. No momento da abordagem, os agentes da 14ª DP flagraram uma mulher dando R$ 10 mil para os golpistas. O dinheiro foi recuperado e entregue novamente para a vítima.
A 14ª DP investigava cinco vítimas desse golpe. Segundo a delegada, a quadrilha mudava constantemente de local e os escritórios costumavam ser bonitos e luxuosos. As vítimas que registraram ocorrências na delegacia sofreram o golpe em um escritório localizado em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
"Eles fazem de tudo para as pessoas crerem que é tudo verdadeiro. Eu nunca tinha visto isso. A pessoa tem que desconfiar sempre do preço do imóvel, olhar o CNPJ da empresa para ver se deveria estar funcionando e verificar a empresa na junta comercial. Tudo pela rede social é complicado. Tem que ficar com o pé atrás", completou a delegada.
Daniela ainda informou que a empresa usava o nome registrado de Cooperativa de Imóveis Fênix. Os depoimentos continuam no início da noite desta quarta e o número de presos ainda pode aumentar.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.