Morador de comunidade em São Gonçalo denuncia uso de força desproporcional de PMs durante abordagem Reprodução
Na filmagem, o líder comunitário explica que aguardava com outros moradores a chegada de agentes da prefeitura de São Gonçalo, que prestariam assistência às famílias que perderam tudo nas enchentes de segunda-feira. Foi nesse momento que os PMs do 7º BPM (São Gonçalo) chegaram.
"Nós todos aqui conversando, esperando o pessoal da ação social. Decidimos nos aproximar ao ver que tinham parado uns rapazes que estavam aqui. Ao nos aproximar, um dos policiais, muito alterado, começou a nos xingar. Xingou a esposa de um amigo nosso. Perguntou o que estávamos fazendo ali e dissemos que só estávamos olhando. Ele continuou xingando e mandou que eu fosse para a parede", contou Claudinho.
O morador contou que obedeceu, mas o PM já se aproximou o agredindo. "Ele começou a me bater. Me dar chutes na canela e os moradores começaram a filmar. Me enforcaram, me bateram, estou com um hematoma no braço e a vista vermelha, porque ao me enforcar ele acertou minha vista. Uma humilhação danada. Me deixou seminu", contou.
A cena foi registrada por outros moradores, com amigos e familiares de Claudinho em volta, gritando para que os policiais o soltassem. Em dado momento das filmagens, uma das pessoas que filmava grita várias vezes para que os PMs o soltem: "Solta ele. Ele não fez nada. Ele é inocente. Trabalhador. Vocês vêm aqui para agredir trabalhador", grita.
O líder comunitário contou ainda que foi ameaçado de morte. De acordo com o relato, um dos policiais disse que ele "pagaria pelo que aconteceu". "Uma ação bruta, uma força excessiva, um abuso de autoridade", comenta.
A publicação, compartilhada nas redes, termina com o morador pedindo ajuda do Governo do Estado e também do prefeito de São Gonçalo, Capitão Nelson (PL).
"Então fica aqui a minha indignação contra esses policiais. Quero que esse vídeo chegue ao governo do estado e ao prefeito da cidade. Que seja a última vez. Não podemos ser tratados assim. Estamos com várias famílias alojadas aqui na entrada da comunidade por causa das enchentes. Precisamos de ajuda e não que a polícia venha aqui para nos bater, nos xingar", finalizou.
Procurada, a Polícia Militar afirmou que o líder comunitário se dirigiu aos PMs de forma truculenta e questionando a abordagem feita contra um segundo morador. Segundo a nota, ele não obedeceu às orientações dos policiais e, por isso, foi imobilizado e algemado.
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