Grupo de garças-rosa foi avistado na Baía de GuanabaraDivulgação

O reaparecimento de uma espécie de ave nas águas da Baía de Guanabara pode ser um indicativo da melhoria da qualidade ambiental do ecossistema. De acordo com pescadores do projeto Águas da Guanabara, realizado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Pesca (Seappa), o aparecimento mais frequente da garça-rosa, uma ave aquática rosada popularmente conhecida como colhereiro, é um excelente sinal.
A ave possui bico em forma de colher para buscar alimento, como peixes, moluscos e, preferencialmente, crustáceos, como camarões. Sua ingestão em abundância resulta na pigmentação da plumagem da espécie. Quanto mais rosada, melhores as condições do ambiente, o que pode explicar seu aparecimento mais frequente em regiões onde a ave era rara.
De acordo com a geógrafa e coordenadora de campo do Projeto Águas da Guanabara, Jamylle de Almeida Ferreira, e a bióloga pós-doutoranda da USP, Amanda Pimentel, o ecossistema dos manguezais possui um papel fundamental na Baía de Guanabara, pois consegue oferecer os recursos para a reprodução e o crescimento de diversas espécies, sendo por isso considerado um berçário.
Para elas, os colhereiros estão sendo atraídos pelo camarão para a alegria dos pescadores, já que está aparecendo mais perto da costa.
Foi praticamente do quintal de casa, na beira da praia da comunidade do Gato, em São Gonçalo, que o pescador Rogério Antunes registrou imagens da espécie que se alimentando de camarões.
Retirada de resíduos sólidos
A iniciativa do governo do estado é uma pesquisa de cunho sócio-ambiental voltada para o monitoramento e a redução das concentrações de resíduos sólidos na Baía de Guanabara e vem contribuindo muito para a melhoria das condições dos ambientes marinhos e costeiros.
Com as contínuas coletas de resíduos sólidos realizadas pelos pescadores do Projeto Águas da Guanabara, o solo ultimamente está mais livre e a melhoria das condições ambientais possibilita o crescimento de novas mudas de mangue.
Desde 2022 a atuação do Projeto Águas da Guanabara, nos municípios de São Gonçalo e Magé, já retirou quase 500 toneladas de resíduos sólidos de diversas localidades costeiras, como manguezais, ilhas e praias, lugares importantes para a reprodução de espécies como a dos colhereiros e para o equilíbrio do ecossistema.