Grupo de bate-bolas "Virtual de Madureira" saiu com fantasia com imagem do rosto de Hitler durante carnaval no RioReprodução
As imagens dos bate-bolas com as fantasias que tinham o retrato do Hitler viralizaram no Twitter e até mesmo os fãs do grupo chegaram a criticar determinado comportamento. "A impunidade faz com que coisas absurdas como essa aconteçam", disse uma usuária da rede social. "Passamos por alguns deles e não sabíamos bem o que fazer. A vontade era sair dando voadora", escreveu outra internauta.
A vereadora Teresa Bergher, também integrante da comunidade judaica, se pronunciou e informou que além de procurar a polícia para fazer a denúncia, também vai encaminhar uma ofício à Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Ela também encaminhará requerimento de informações à Prefeitura para saber se este grupo foi cadastrado pela secretaria de cultura e se é possível cancelar a autorização para que desfile no próximo carnaval. O grupo 'Virtual de Madureira' saiu da favela Congonha, Zona Norte do Rio, e percorreu as ruas do bairro.
Em 2012, os bate-bolas se tornaram Patrimônio Cultural Carioca de Natureza Imaterial pela Prefeitura do Rio. O decreto de número 35134 considera que os 'Clóvis' ou 'Bate-bolas' são personagens típicos do carnaval carioca e que "refletem a forma alegre e irreverente da população suburbana festejar e a sua capacidade de produzir uma manifestação de caráter tradicional e ao mesmo tempo renovador".
"É uma pena que um grupo que se veste de bate-bolas tenha escolhido justamente usar a máscara de um assassino, de um genocida para brincar o carnaval. Os Clóvis fazem parte da nossa cultura, da tradição carnavalesca da nossa cidade e não podem ser confundidos com uma imagem que só remete à morte, à barbárie, aos crimes contra a humanidade", disse Teresa.
Para o advogado Lucas Barbosa, membro da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ, é importante destacar que a apologia ao nazismo é crime previsto no Art. 20, parágrafo primeiro, da Lei Federal n. 7.716/89 e, de acordo com ele, isso tem uma razão de ser.
Procurada, a Polícia Civil não respondeu até o momento da publicação desta reportagem.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.