Hallan Luis Silva Ramos, 7, caiu do segundo andar quando tentava passar de um cômodo para outro pelo lado de fora da janelaReprodução
Polícia Civil ouve todas as testemunhas envolvidas no caso do menino que caiu de prédio
Ministério Público do Rio (MPRJ) aguarda conclusão da 20ª DP (Vila Isabel) para verificar uma possível denúncia ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ)
Rio - A 20ª DP (Vila Isabel) coletou o depoimento de todas as testemunhas do caso envolvendo a queda de Hallan Luis da Silva Ramos, de 7 anos, no Andaraí, na Zona Norte do Rio. Segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Luiz da Silva, titular da 20ª DP, essa fase foi encerrada nesta terça-feira (28). Entre as pessoas ouvidas estão a mãe, Jéssica Ramos, o pai, a avó, um primo maior de idade que estava com a criança momentos antes da queda, e a síndica do prédio.
O caso está sendo investigado como abandono de incapaz com resultado morte. As imagens de câmeras de segurança foram coletadas e a perícia já foi realizada. A depender do resultado, o próximo passo das investigações pode ser a formalização da denúncia contra Jéssica por abandono de incapaz.
Segundo o Ministério Público do Rio (MPRJ), o inquérito ainda está sendo apurado pela Polícia Civil e assim que for relatado ao órgão, será verificado a atribuição de uma possível denúncia junto ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).
Relembre o caso
Hallan morreu no último domingo (26) após cair de uma altura de quatro metros de um apartamento no Andaraí, Zona Norte do Rio. O irmão mais velho, Davi, estava sozinho com o menino dentro de casa, enquanto a mãe havia saído para um passeio de barco na Costa Verde do Rio. De acordo com informações do Registro de Ocorrência, a queda aconteceu quando a criança tentava passar do próprio quarto para o da avó pela janela.
Em depoimento, a mãe de Hallan, Jéssica, afirmou que não deixou os três filhos sozinhos, mas com um sobrinho maior de idade e que o pai das crianças deveria ter ido buscá-las. Ainda segundo Jéssica, na noite de sábado (25), ela havia combinado com o pai de Hallan e do filho mais velho, identificado apenas como Stephan, para que buscasse as crianças até às 10h do domingo. Entretanto, a mensagem que enviou ao ex-companheiro foi lida, mas não respondida, segundo ela. A mulher pediu, então, que o sobrinho, Luiz Henrique, deixasse o mais novo, de 4 anos, na casa da madrinha dele, levando os irmãos juntos, e que deu dinheiro para o deslocamento deles.
No depoimento, ela contou que não sabia que os filhos tinham ficado sozinhos e que o último contato que fez com Luiz Henrique foi por volta das 9h, quando pediu para que ele desse banho nos primos e esperasse pela chegada do pai deles. Por volta das 11h, Stephan informou à Jéssica que teve um imprevisto, pediu desculpas por não ter ido mais cedo e disse que estava indo buscar Hallan e o irmão. Entretanto, até às 12h, quando a mãe soube do acidente, ele ainda não havia chegado ao local.
O corpo do menino foi enterrado no início da tarde desta terça-feira (28), no Cemitério Municipal de Mesquita, na Baixada Fluminense. Jéssica chegou a passar mal durante o cortejo até o sepultamento.
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