Município registrou a maior alta de registros de dengue desde 2009Divulgação
Campos entra em situação de epidemia de dengue
Cidade do Norte Fluminense já registrou 613 casos da doença neste ano, sendo um óbito
Rio - A Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, anunciou nesta quarta-feira (8) que a cidade entrou em situação de epidemia de dengue. Até o momento, foram confirmados 613 casos neste ano, sendo um óbito de um idoso no bairro Travessão. Somente no mês de fevereiro deste ano, o município confirmou 363 casos. Não há registros de zika e nem de chikungunya.
O anúncio aconteceu por meio da Secretaria Municipal de Saúde, após a Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav) constatar que o município está, desde as primeiras semanas de fevereiro, com um número muito maior de casos confirmados do que a média histórica desde 2009.
Desde janeiro deste ano, quando a secretaria começou a perceber um aumento no número de pessoas acometidas pela doença, a prefeitura criou uma força-tarefa, a partir da união de várias secretarias, para ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
"Quando comparamos a série histórica de casos desde 2009, com os confirmados em janeiro e fevereiro deste ano, podemos dizer que o município vive uma epidemia. Nas primeiras semanas de fevereiro, considerando os dados desde 2009, tivemos quase quatro vezes mais casos de dengue", explicou o subsecretário da Subpav, o infectologista Rodrigo Carneiro.
O médico ressaltou que, para se determinar se uma cidade está em situação de epidemia, são considerados dados históricos de, pelo menos, 10 anos.
"Com esses dados é possível perceber o que seria uma faixa de número de casos considerada estatisticamente normal pelo Ministério da Saúde, mas o que vemos é que a tendência de alta vem se mantendo em Campos", afirmou.
Ele reconhece que existe uma subnotificação de casos e até queda quando há feriados prolongados, como o do Carnaval.
"Seguiremos acompanhando a confirmação de casos e mantendo as medidas de prevenção adotadas desde janeiro, quando percebemos um aumento no número de pessoas acometidas pela doença", disse.
Além dos grandes mutirões para combate ao Aedes aegypti, com a participação de várias secretarias, das visitas domiciliares realizadas pelos Agentes de Combate às Endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Rodrigo Carneiro citou a ampliação do Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid Dr. Jayme Tinoco Netto, com a descentralização do atendimento, como medidas de enfrentamento à dengue.
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