Torcedores são flagrados carregando pedaços de madeira próximo ao Maracanã antes do clássico Flamengo e VascoReprodução/ Redes sociais
Justiça decreta prisão temporária de líderes de torcidas organizadas de clubes do Rio
Determinação acontece após as brigas antes do clássico entre Flamengo e Vasco no dia 5 de fevereiro
Rio - A juíza Ana Beatriz Estrella decretou, nesta segunda-feira (13), a prisão temporária de quatro chefes de torcidas organizadas de clubes do Rio depois de intensas brigas que ocorreram na cidade, principalmente, antes do clássico Flamengo e Vasco no dia 5 de março. O quarteto vai responder pelos crimes de organização criminosa, lesão corporal grave e tentativa de homicídio. O período de prisão corresponde a 30 dias.
A Justiça informou que aguarda a prisão de Anderson Azevedo Dias, presidente da Young Flu; Fabiano de Souza Marques, da Força Jovem do Vasco; Bruno da Silva Paulino, da Torcida Jovem do Flamengo e Anderson Clemente da Silva, presidente da Raça Rubro-Negra.
Para a magistrada, a liberdade dos líderes das torcidas organizadas coloca em risco a vida de testemunhas dos crimes e pode atrapalhar na investigação.
“Estão presentes todos requisitos necessários a embasar a custódia cautelar dos indiciados, conforme se extrai dos elementos até o momento coligidos. A gravidade dos crimes praticados, os bens jurídicos violados e o desvalor das condutas supostamente perpetradas pelos Indiciados conduzem à adoção de enérgicas providências por parte do Poder Judiciário, devendo ser ressaltado que a liberdade dos representados pode obstaculizar a colheita de provas e, ainda, colocar em risco a vida ou a integridade física das testemunhas”, escreveu a juíza.
A magistrada também não aceitou a substituição da prisão por medidas cautelares informando que os homens são responsáveis diretos pelos crimes investigados.
Morte de homem antes do Clássico dos Milhões
O duelo entre Flamengo e Vasco no último dia 5, no Maracanã, chamou a atenção dos moradores e autoridades da cidade não pelo futebol em si, mas pelo cenário de guerra antes do início da partida. Torcedores ficaram feridos depois de serem agredidos em rotas das torcidas até o estádio.
Além dos episódios de agressões, Bruno Macedo dos Santos, torcedor do Vasco de 34 anos, foi morto a tiros em São Cristóvão, próximo à São Januário. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga se o homicídio aconteceu devido a uma rixa entre traficantes.
Segundo testemunhas, Bruno foi abordado por homens armados que fizeram os disparos contra ele no meio da rua. Os criminosos não teriam relação com nenhuma das duas torcidas organizadas. Em nota oficial, a Polícia Militar informou que a morte do homem não foi confirmada pelo órgão como um incidente direto de organizadas dos dois clubes, mas que a ocorrência ocorreu próximo ao local onde os torcedores entraram em conflito.
Para a Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg), a morte de Bruno não tem relação com a briga ocorrida nas imediações do Maracanã. Segundo o presidente da associação, Luiz Claudio do Carmo, Bruno não estava na região onde aconteceu a briga entre as torcidas. "Esse fato aconteceu próximo a São Januário, em São Cristóvão. Causa estranheza essa morte ter sido inicialmente associada ao ocorrido no Maracanã", informou.
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