Defensora pública aposentada foi denunciada após chamar entregadores de 'macacos' Reprodução/Redes Sociais

Rio - Uma nova testemunha arrolada pela defesa da defensora pública aposentada Cláudia Alvarim Barrozo, acusada de injúria racial sobre dois entregadores em um condomínio de Niterói em abril do ano passado, corroborou com o que foi apontado pelas vítimas na denúncia, de acordo com o advogado que representa os denunciantes. Segundo o depoimento prestado nesta quinta-feira (16) em juízo, a palavra "macaco" foi proferida pela mulher em direção aos homens.
As partes estiveram na tarde desta quinta-feira (16) no Fórum de Niterói para uma nova audiência de instrução e julgamento. Em entrevista ao DIA, o advogado Joab Gama de Souza, que representa os entregadores Eduardo Peçanha Marques e Jonathan Souza Mendonça, informou que a fala da testemunha confirma a injúria racial proferida por Cláudia.
"Ele falou que ouviu uma discussão e quando chegou no local a senhora Cláudia estava gritando com os meninos e em um determinado momento ela chamou de macaco. O depoimento da testemunha de defesa dela hoje afirmou tudo aquilo que está na denúncia, que ela cometeu o crime de injúria racial deliberadamente", contou o advogado, que trabalha junto com o doutor Bruno Marinho na defesa dos entregadores.
A sessão era para acontecer em fevereiro, mas foi adiada pela ausência das testemunhas indicadas pelos advogados de Cláudia. Para evitar nova falta, a Justiça pediu que a testemunha fosse conduzida ao tribunal de maneira coercitiva, o que aconteceu nesta quinta-feira (16).
A expectativa era que uma outra testemunha também prestasse depoimento, mas novamente a pessoa não recebeu a intimação porque o cartório de Itaocara, no Noroeste do estado, onde a testemunha mora, não expediu a carta precatória. Com isso, Cláudia Alvarim, que é a última a depor, também não depôs nesta quinta. Uma nova audiência será marcada, mas ainda sem data definida.
O DIA tentou contato com o advogado Marcello Ramalho, que representa a defensora pública aposentada, mas não teve sucesso. O espaço está aberto para manifestações.
Audiência de queixa-crime termina sem acordo
A audiência de conciliação entre Cláudia Barrozo e o entregador Eduardo Marques, realizada no início da tarde desta quarta-feira (15) no Fórum de Niterói, terminou sem acordo entre as partes. A defensora pública aposentada entrou com uma queixa-crime contra o homem por difamação em outubro do ano passado, meses após as acusações de injúria racial contra ela.
De acordo com o documento assinado pelos advogados de Cláudia, a queixa-crime seria por ofensas proferidas por Eduardo, de cunho sexual e sexistas com as frases "mulherzinha nervosa", "vovó está com pressa", "vaca do inferno" e chamado a filha de Cláudia de "gostosona", dentre outros palavrões. O entregador ainda teria dito as palavras segurando o seu órgão genital.
A defesa de Cláudia propôs, nesta quarta-feira (15), um acordo de composição civil entre as duas partes. Os advogados que representam a defensora também disseram que o entregador poderia pagar duas cestas básicas no valor de R$ 600 ou prestar serviços comunitários. Contudo, ambos foram negados pelo entregador.