Defensora pública aposentada é investigada após chamar entregadores de ’macacos’Reprodução
Em julho deste ano, Cláudia Barroso confessou o crime à Justiça. Entretanto, em depoimento prestado à polícia, a ex-defensora pública apresentou uma nova versão dos fatos. De acordo com sua defesa, a queixa-crime seria pelas ofensas proferidas por Eduardo, de cunho sexual e sexistas com as frases "mulherzinha nervosa", "vovó está com pressa", "vaca do inferno" e chamado a filha de Cláudia de "gostosona", dentre outros palavrões.
"Passa estranheza, depois de muito tempo, para que ela venha a se manifestar nesse sentido. Estamos fazendo acompanhamento, de forma bem diligente, e assim que tudo for apurado e aprovado a inocência do Eduardo, nós vamos de forma imediata retornar a 81ª DP (Itaipu) para realizar um novo registro de ocorrência, agora, por denunciação caluniosa", disse o advogado dos entregadores, Joab Gama de Souza.
Na audiência realizada em julho, Cláudia cumpriu o acordo realizado com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em que o processo penal seria extinto, ou seja, não responderia por injúria racial caso fosse cumprido os pré-requisitos estabelecidos. A ex-defensora pública realizou uma retratação pública, admitindo o crime e pedindo desculpas. Entretanto, Cláudia Barrozo não pagou as indenizações de R$7.500 a cada uma das vítimas e, por conta da ausência do pagamento, o processo penal deixa de estar suspenso.
"Na ocasião, a defensora pública foi ofendida pelo motorista. Existem testemunhas que comprovam as ofensas e, em razão das ofensas derrogadas, promovemos a ação penal privada, com um pedido condenatório de crime de injúria contra o Eduardo, e, existe uma proposta de transação penal, que cabe a ele aceitar, ou não, no dia da audiência", disse o advogado de defesa da ex-defensora pública, Marcello Ramalho.
Na audiência criminal injúria racial, que vai ocorrer no dia 17 deste mês, às 13h na 1ª Vara Criminal de Niterói, os dois entregadores serão ouvidos em juízo e a advogada será interrogada.
Relembre o caso
No dia 30 de abril, a Polícia Civil iniciou uma investigação de um caso de injúria racial em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, quando a defensora pública aposentada agrediu verbalmente dois entregadores em um condomínio de luxo em Itaipu.
No vídeo gravado por um dos trabalhadores, é possível ouvir a mulher, que não foi identificada, os chamando de "macacos". Após ela ofendê-los, ela entra em um carro de luxo e arranca saindo do local. Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu) como injúria por preconceito.
Já no dia 31 de maio, a defensora pública aposentada Cláudia Alvarim Barrozo, não compareceu à delegacia para prestar depoimento em todas as vezes que foi intimada e foi indiciada por injúria racial, informou o delegado Carlos César Santos.
Claudia foi chamada para ir à 81ª DP (Itaipu) três vezes após o registro da ocorrência, mas, de acordo com o delegado responsável pelo caso, ela não se apresentou em nenhuma das oportunidades, tampouco no período de conclusão das investigações. O inquérito foi fechado e encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) somente com o depoimento das vítimas.
Cláudia Alvarim Barrozo aparece em mais quatro anotações criminais como autora, sendo três por injúria racial e uma por lesão corporal. Segundo o delegado, com o andamento das investigações, ela pode pegar até três anos de prisão somente por esse caso, já os outros quatro seguem na Justiça.
Um dos casos onde Cláudia aparece sendo acusada de injúria aconteceu em 2014. Na ocasião, ela teria ofendido uma funcionária de uma empresa de plano de saúde. Segundo os registros, ela teria a chamado de "enfermeira de m..., muda, infeliz". No mesmo ano, a defensora foi acusada de ofender uma menor de idade que desistiu de participar de uma festa de debutante.
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