Bruno dirigia sem habilitação uma motocicleta a mais de 100 km/hRede Social

Rio - O modelo Bruno Krupp, que atropelou e matou João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, na Barra da Tijuca, vai a júri popular. A decisão é do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio. O modelo estava preso há oito meses na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, mas teve a liberdade concedida após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março. Ainda não há data para o julgamento.
Ao DIA, o advogado Ary Bergher, que representa Krupp, disse que vai recorrer da decisão. "É uma afronta à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já adentrou o mérito quando soltou ele dizendo que não era caso de crime doloso. É uma afronta às decisões de tribunais superiores, além de ser uma excrescência jurídica e totalmente teratológica. É uma decisão primária, em primeiro grau, então, nós temos todos os elementos balizados e imediatamente vamos recorrer", disse.
Recentemente, a defesa de Bruno Krupp pediu à Justiça que ele seja julgado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Os advogados argumentam que João Gabriel atravessou fora da faixa de pedestre, às 23h, com o sinal aberto para veículos, e ainda correu para a calçada quando viu a moto. O jovem chegou a perder uma das pernas quando foi atingido pelo modelo que dirigia sem habilitação uma motocicleta a mais de 100 km/h, acima da máxima de 60 km/h da via.
A defesa destaca, ainda, que o modelo não havia ingerido bebida alcóolica e que Krupp tentou realizar uma manobra para desviar. "O acidente colocou a vida do próprio Bruno em risco, circunstâncias incompatíveis com o dolo eventual", diz trecho da nota emitida pelos advogados de Krupp.
Relembre o caso
Bruno Krupp, de 25 anos, foi preso em 3 de agosto de 2022, por ter atropelado e matado João Gabriel Cardim Guimarães, 16. O adolescente atravessava a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no dia 30 de julho, quando foi atingido. Na ocasião, o modelo dirigia sem habilitação uma motocicleta a mais de 100 km/h, bem acima da máxima de 60 km/h da via.
O acidente foi tão grave que o adolescente teve uma perna amputada na hora devido ao impacto. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu horas depois de ser atingido. Na ocasião, o modelo também foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra, e recebeu alta no dia seguinte. Entretanto, Krupp foi internado novamente, dessa vez no Hospital Marcos Moraes, no Méier, onde passou por cirurgia e precisou ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após ter um dos rins paralisados.
Poucos dias depois, a Polícia Civil indiciou por fraude processual, o médico Bruno Nogueira Teixeira, que alegou que Krupp não poderia ser encaminhado à prisão por causa do problema renal. O modelo, então, passou a receber tratamento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo de Gericinó, em Bangu e, depois da alta, foi encaminhado para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira.
Denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) por homicídio com dolo eventual, ele se tornou réu e, na primeira audiência de instrução e julgamento, em novembro do ano passado, admitiu que pilotava em alta velocidade, porque já havia sofrido diversas tentativas de assalto, mas que sempre respeitou sinais e ficou atento. Krupp declarou que calculou que tinha tempo e espaço para passar, mas não esperava que a vítima correria para a calçada e disse ainda não concordar com a acusação, porque nunca faria mal a uma pessoa e não imaginou que causaria um acidente.