Jeander Vinicius da Silva Braga chegou à Cidade da Polícia algemado e tentando esconder o rostoReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Caso Jeff Machado: 'Justiça começa a ser feita', diz advogado sobre suspeito preso
Família do ator recebeu com alívio notícia da prisão do garoto de programa Jeander Vinicius da Silva Braga. Bruno de Souza Rodrigues continua foragido
Rio - O advogado Jairo Magalhães afirmou que a família de Jefferson Machado recebeu com alívio a notícia da prisão de Jeander Vinicius da Silva Braga, nesta sexta-feira (2). A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) cumpriu um mandado de prisão temporária contra o garoto de programa, por envolvimento na morte e ocultação do corpo do ator. O suspeito foi encontrado em Santíssimo, na Zona Oeste, e os agentes continuam as buscas para localizar o outro envolvido, Bruno de Souza Rodrigues. O produtor de televisão é considerado foragido.
Na tarde desta sexta-feira, o advogado esteve na Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio, e destacou que os familiares do ator ainda esperam a prisão de Bruno, quem eles acreditam que foi o mandante do crime contra Jeff Machado. Magalhães ainda ressaltou que a obstrução das investigações foi um dos motivos que levaram aos pedidos de prisão dos suspeitos, porque o produtor não entregou o celular à polícia durante as investigações.
"(A família teve) uma reação de alívio, num primeiro momento. A família aguarda a prisão do Bruno, também, mas é um pouco de alívio, e está vendo a polícia do Rio de Janeiro, a delegacia trabalhando, trazendo esse resultado para a família e toda a sociedade (...) Sem sombras de dúvida, para a família, o Bruno é o principal mentor e responsável por todo esse crime bárbaro. A justiça começa a ser feita e é isso que nós esperamos", declarou a defesa.
Ainda segundo o advogado, também será feito um pedido para que a delegacia investigue outros crimes que Bruno e Jeander teriam praticado contra Jeff. "Vim aqui para entregar novos pensamentos de outros artigos, outros crimes que eles cometeram, para que a delegada investigue, como crimes de maus-tratos, falsa identidade, invadir dispositivo alheio, furto qualificado e estelionato. Então, nós trouxemos uma petição para que nesse término das investigações, a delegada também possa investigar esses crimes e imputar os acusados".
Segundo a delegada Elen Souto, as investigações estão próximas de serem concluídas e Bruno e Jeanderson são os únicos envolvidos na morte. A possibilidade de outro suspeito ter participado do crime surgiu depois que o produtor e o garoto de programa confessaram que ajudaram a ocultar o corpo do ator, mas negaram que seriam os responsáveis pela morte. A dupla afirmou que o homicídio foi cometido por uma terceira pessoa, identificada apenas como Marcelo, após a gravação de um vídeo para uma plataforma de conteúdo adulto, feita na casa da vítima, no dia 23 de janeiro.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (1º), em um vídeo publicado pela defesa de Bruno, em que ele nega a participação no homicídio. Nas imagens, ele afirmou que Jeff, Jeander e Marcelo, apontado pelo suspeito como um rapaz com o qual o ator se relacionaria, participaram da gravação. "Nós ainda temos algumas diligências para serem realizadas, mas falta pouquíssimo, 95% da investigação já está concluída, são alguns detalhes para podermos relatar. O Marcelo não existe, provado tecnicamente que ele não existe na investigação. O fato foi cometido somente pelo Bruno e pelo Jeander Vinícius", afirmou a delegada.
Entenda o caso
O corpo de Jeff foi encontrado no último dia 22, dentro de um baú enterrado e concretado a dois metros de profundidade em uma casa alugada por Bruno, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O imóvel foi alugado pelo produtor em dezembro do ano passado, um mês antes do desaparecimento do ator. Uma das linhas de investigação da especializada analisou que o suspeito enganou a vítima com a promessa dele estrelar uma novela, pedindo uma quantia de R$ 20 mil, que foi paga.
Desde o encontro do cadáver, a suspeita sobre Bruno foi aumentando. O produtor teria ficado com a chave da casa de Jeff e com alguns pertences depois do desaparecimento, o que chamou atenção dos investigadores. Uma fatura bancária do ator entregue à Polícia Civil, nesta segunda-feira (29), indicou que o cartão de crédito dele foi usado após o seu desaparecimento. De acordo com o boleto de fevereiro de 2023, foram feitas quatro transações entre os dias 23 e 26 de janeiro, mesmo período em que a investigação acredita ter ocorrido a morte do ator. A movimentação suspeita é de R$ 5.392,02.
Uma outra prova incluída no inquérito foi uma multa recebida pelo carro de Jeff no período em que ele estava desaparecido. A distância entre o local onde o veículo foi multado e a casa em que o corpo do ator foi encontrado é de 12km. Diante das provas juntadas, a DDPA pediu, na segunda-feira (29), a prisão dos dois suspeitos. Inicialmente, apenas Bruno era considerado o autor do crime, mas os investigadores identificaram que Jeander também estava envolvido.
Nesta quinta-feira (1º), a Justiça acatou ao pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que requeria a prisão temporária de Bruno e Jeander, depois de analisar que o crime teria sido premeditado pela dupla. "Os ora indiciados são suspeitos de praticarem os crimes de homicídio e de ocultação de cadáver contra Jefferson, aproveitando-se do momento em que mantinham relação sexual com a vítima para pôr em prática plano criminoso, estrangulando-a e colocando o seu cadáver em um baú, para, posteriormente, ocultá-lo no terreno do imóvel alugado por Bruno, onde o enterraram e concretaram a cerca de dois metros de profundidade", escreveu o promotor Sauvei Lei.
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