De acordo com os dados do Instituto Fogo Cruzado, de janeiro a julho deste ano, seis crianças na faixa etária até 11 anos morreram vítimas de bala perdida no Rio. No mesmo período do ano passado, apenas uma criança morreu por arma de fogo no estado. O número de crianças baleadas também cresceu: em 2022, quatro foram feridas no mesmo período, enquanto neste ano o número é de 15.
Quanto às vítimas adolescentes, o instituto registra 12 mortes e 28 feridos de janeiro e julho deste ano. No mesmo período de 2022, foram nove mortos e 25 feridos no estado.
Na ocasião, uma equipe do 20°BPM (Mesquita) foi acionada para verificar a entrada de uma vítima de tiro na unidade. No local, os policiais foram informados sobre a morte da criança. A ocorrência ficou a cargo da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Até o momento, ninguém foi preso.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas foram ouvidas e informaram que um carro não identificado passou pela rua atirando. A criança chegou a ser socorrida e encaminhada a UPA do Jardim Iris, mas não resistiu.
A Polícia Militar informou que agentes do 21ºBPM (São João de Meriti) estavam em patrulhamento pelo Centro do município de São João de Meriti quando foram abordados pelo motorista que socorreu a criança e prestaram auxílio. Não havia operação no local no momento em que a vítima foi atingida.
De acordo com a Polícia Militar, outras 19 pessoas ficaram feridas na ocorrência. O confronto teria ocorrido entre um suspeito identificado como Flávio Serafim da Silva Júnior, 40 anos, e um policial civil, Rodolfo Paulo de Brito Santos, 37 anos. Ainda segundo a PM, Flávio, conhecido como Bu, teria iniciado a troca de tiros.
Segundo a Polícia Militar, agentes do 41º BPM (Irajá) foram acionados para verificar a entrada de uma criança ferida por disparo de arma de fogo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Irajá. Posteriormente, a criança foi encaminhada para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu.
A região foi alvo de confronto entre traficantes do Complexo da Pedreira, dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP), e do Complexo do Chapadão, do Comando Vermelho (CV). Por volta das 4h da manhã desta quarta (12), criminosos do TCP teriam ido a um dos acessos da comunidade vizinha para realizar o ataque.
De acordo com relatos de testemunhas, os três estavam no portão da casa onde moravam após uma festa na comunidade. Nesse momento, criminosos passaram de moto e atiraram contra as pessoas que estavam saindo da comemoração. As três vítimas foram encaminhadas à UPA de Costa Barros, o menina e a jovem acabaram morrendo.
Morto a caminho da escola
Imagens que circularam nas redes sociais nesta quarta (12) mostram o menino no chão, com uniforme escolar. Moradores se aglomeraram e protestaram contra os policiais logo após o ocorrido. "As crianças não podem nem ir para escola estudar, pode nem ter paz", disse uma testemunha.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação de Maricá, o menino era aluno da Escola Municipal Darcy Ribeiro. Já a Prefeitura de Maricá, em comunicado, lamentou o caso e informou que o município está de luto pela morte precoce do estudante.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), que irá analisar imagens das câmeras nas fardas dos agentes envolvidos na morte do menino. De acordo com a Polícia Militar, houve confronto com criminosos no local, no entanto, a família da vítima afirma que os agentes chegaram atirando.
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