Identificação da empresa suspeita foi divulgada nesta terça-feira (29) durante coletiva no prédio da CedaeBruno Kaiuca/Agência O Dia

Rio - A Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, voltou a operar com 100% da capacidade na madrugada desta terça-feira (29). O funcionamento da unidade foi interrompido no início da manhã de segunda-feira (28), por conta da presença de surfactantes - composto presente em detergentes -, que provocou uma espuma branca no Rio Guandu. A Companhia de Águas e Esgotos (Cedae) retomou a produção de água ainda na noite de ontem, após 14 horas de paralisação, mas a captação só foi totalmente normalizada às 4h17 de hoje.
De acordo com a Cedae, a água com surfactante não foi, em momento algum, distribuída para a população, já que assim que foi constatada a presença do composto, a captação foi interrompida, e a que já estava no interior da estação, descartada. A água que ainda chega nas casas está dentro dos padrões de potabilidade e é segura para consumo. Apesar da retomada da operação na ETA, o abastecimento pode levar até 72 horas para ser normalizado nos oito municípios atendidos pelo Sistema Guandu, que é responsável por 80% da água potável da capital e Região Metropolitana. A interrupção afetou 11 milhões de pessoas.
Nas redes sociais, moradores de municípios da Baixada Fluminense ainda se queixam da falta da água. "Morando em Nova Iguaçu, abastecido pelo Rio Guandu, perto da ETA. População daqui só queria tomar água", comentou um. "Em Duque de Caxias vai voltar quando a água? Porque normalmente já ficamos a semana inteira sem água e só cai mesmo domingo e segunda, e estamos sem água nenhuma", questionou outro. "Belford Roxo, bairro Santa Amélia sem água", "Belford Roxo já está há dois dias sem água", lamentaram moradores da região. "São João de Meriti ainda sem água em alguns bairros", disse mais um. 
A situação também foi relatada por moradores das zonas Norte e Oeste do Rio. "Em Ramos a água não chegou", afirmou uma pessoa. "Estamos sem água em Piedade", disse outro. "Irajá sem água, que delícia hein", ironizou mais um. "Cadê a água em Campo Grande? Estamos pertinho do Guandu, já era pra ter voltado! Liga essas bombas", pediu. "Jacarepaguá está todo sem um pingo de água", contou um internauta. "Aqui no Recreio ainda sem água", apontou mais um. "Está faltando água no bairro do Itanhangá". 
Há ainda relatos de que a água que sai das torneiras das casas da capital fluminense e da Baixada estão com odor e coloração incomum. "Água em Bangu não acabou, porém com forte odor de cloro", contou um morador. "Na Taquara já chegou a água, mas está com um cheiro diferente e esbranquiçada", disse outro. "Água um pouco escura na minha casa em Mesquita, mas o fornecimento está normal", relatou mais um. "Finalmente a água voltou em Caxias, está turva e espumando, mas sem cheiro". Em Del Castilho, uma moradora registrou a situação em sua casa. Confira abaixo. 
Por conta do impacto no abastecimento, a Secretaria de Estado de Educação informou que hoje, o Colégio Estadual Rodrigo Otávio Filho, em Vaz Lobo, na Zona Norte, terá aulas em horário parcial. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, ontem as unidades da rede funcionaram normalmente, mas, nesta terça-feira, devido ao tempo necessário para a completa normalização do abastecimento, oito escolas estão fechadas e outras 26 em funcionamento parcial.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou um comunicado informando que, devido à perspectiva de retorno gradual do abastecimento na capital e na Baixada Fluminense, a Reitoria decidiu pela suspensão das aulas nas unidades do Rio e de Duque de Caxias. A Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio) também não terá atividades em todos os campi, nos turnos da tarde e noite. "Apenas os procedimentos de heteroidentificação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), agendados para hoje e amanhã, estão mantidos".
Procuradas, a Universidade do Estado do Rio (UERJ) disse que, até então, "não foi impactada pela interrupção, assim não houve suspensão de qualquer atividade", e a Universidade Federal Rural (UFRRJ) esclareceu que, até o momento, não ocorreu alteração no calendário acadêmico.
Segundo a Águas do Rio, com o processo de normalização acontecendo de forma gradual, ainda há falta d'água em diversos pontos da região sob influência da ETA, que compreende mais de 300 bairros e sub-bairros das cidades do Rio, Nova Iguaçu, Nilópolis, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados e Mesquita, principalmente pontas de rede e áreas mais elevadas. Confira a nota na íntegra ao final.
A Rio+Saneamento informou que voltou a abastecer, desde o final da noite de ontem, os 21 bairros da Zona Oeste atendidos pela empresa, mas algumas localidades ainda podem sentir o impacto. "A concessionária orienta aos consumidores que utilizem água de forma consciente e adiem tarefas não essenciais ou que exijam grande consumo de água até a efetiva normalização do sistema". Confira a nota na íntegra ao final.
Em nota, a Iguá disse que após o restabelecimentoda ETA Guandu, o fornecimento de águacomeçou a ser gradativamente retomado na madrugada desta terça-feira, masos 18 bairros da capital fluminense atendidos por ela ainda sofrem impacto. A empresa esclarece que, até que a operação seja totalmente reestabelecida, pode haver intercorrências, incluindo baixa pressão e falta d’água. "A concessionária reforça a necessidade de consumo consciente da água durante esse período (...) A Iguá lamenta quaisquer transtornos causados e, caso necessário, disponibilizará caminhões-pipa para locais emergenciais como hospitais, clínicas e UPAs, entre outros". Confira a íntegra ao final.
A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) da Polícia Civil e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) tentam identificar a origem do descarte do surfactante. Segundo o presidente do Inea, Philipe Campello, o lançamento do composto é tratado como crime ambientel e, caso tenha sido feito por uma empresa licenciada, configura dupla inconformidade, já que tendo sido intencional ou não, deveria ter sido comunicado ao órgão, o que não aconteceu. O Ministério Público do Rio (MPRJ) oficiou o Inea, a Cedae, o Comitê das Bacias Hidrográficas do Guandu, a Agenersa e a DPMA, para que prestem informações sobre o ocorrido. Os órgãos e entidades têm o prazo de 24 horas para prestarem as devidas informações.
Nota da Águas do Rio 
"Como a retomada do abastecimento foi iniciada na noite desta segunda-feira e o processo de normalização ocorre de forma gradual, podendo levar até 72h, ainda há falta d'água em diversos pontos da região sob influência da ETA Guandu, principalmente pontas de rede e áreas mais elevadas. 
Área de influência do Sistema Guandu nas áreas de atuação da Águas do Rio: Capital e Baixada Fluminense (Nova Iguaçu, Nilópolis, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados e Mesquita). São quase 300 bairros/sub-bairros."
Nota da Rio + Saneamento
"A Rio+Saneamento informa que voltou a abastecer, desde o final da noite de ontem, os 21 bairros atendidos pela concessionária. No entanto, a empresa esclarece que algumas localidades ainda podem sentir o impacto. A previsão para a regularização total é de até 72 horas após o retorno do abastecimento. A concessionária orienta aos consumidores que utilizem água de forma consciente e adiem tarefas não essenciais ou que exijam grande consumo de água até a efetiva normalização do sistema."
Nota da Iguá
"A Iguá informa que, após a Cedae iniciar na noite desta segunda-feira (28/08) o restabelecimento do sistema da ETA Guandu, o fornecimento de água para as áreas atendidas pela concessionária no município do Rio de Janeiro começou a ser gradativamente retomado na madrugada desta terça-feira. O abastecimento ainda sofre impacto em todos os 18 bairros atendidos pela Iguá e a previsão é de que seja restabelecido em até 72 horas após a normalização do fornecimento, conforme o tempo de pressurização das redes e as características do sistema em cada localidade. A concessionária reforça a necessidade de consumo consciente da água durante esse período.

De acordo com a Cedae, a produção de água foi retomada de forma gradativa e a ETA Guandu voltou a operar com 100% da capacidade às 4h17 desta terça-feira (29/8). A operação na unidade havia sido interrompida no início da manhã de segunda-feira, após técnicos identificarem a presença de grande volume de surfactantes (composto presente nos detergentes) no Rio Guandu.

Ainda segundo a empresa, a produção só foi reiniciada após técnicos da unidade confirmarem, por meio de monitoramento e análises laboratoriais, que não havia risco de alterações na qualidade da água tratada. A Cedae informa que a água com surfactante não foi, em momento algum, distribuída para a população.

A Iguá esclarece que, até que a operação seja totalmente reestabelecida, o abastecimento de água pode registrar intercorrências, incluindo baixa pressão e falta d’água. A concessionária manterá seus clientes informados em seus canais oficiais e perfil em rede social (@iguasaneamentorj).

A Iguá lamenta quaisquer transtornos causados e, caso necessário, disponibilizará caminhões-pipa para locais emergenciais como hospitais, clínicas e UPAs, entre outros. A companhia permanece à disposição dos clientes por meio da Central de Atendimento no número 0800 400 0509 (telefone e WhatsApp).

Bairros atendidos pela Iguá no Rio de Janeiro: Anil, Barra da Tijuca, Camorim, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia (Jacarepaguá), Gardênia Azul, Grumari, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá, Pechincha, Recreio dos Bandeirantes, Tanque, Taquara, Vargem Grande, Vargem Pequena e Praça Seca (parcialmente)."