Gabriel de Oliveira Leal, de 22 anos, foi preso neste sábado (23) por agentes da 11ª DP (Rocinha)Reprodução

Rio - O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) manteve, em audiência de custódia realizada na tarde desta segunda-feira (25), a prisão de Gabriel de Oliveira Leal, de 22 anos, suspeito de matar a ex-namorada, Jenifer Paes Carvalho, 19, com um tiro no peito em agosto deste ano.
A audiência, comandada pelo juiz Rafael de Almeida Rezende, teve como objetivo analisar a legalidade da prisão. Gabriel foi preso neste sábado (23), em Santa Cruz, na Zona Oeste, pelos crimes de feminicídio, fraude processual e posse ilegal de arma de fogo. O magistrado entendeu que o mandado de prisão contra o suspeito é regular e, por isso, os próximos passos devem ser realizados pelo juízo natural, mantendo a detenção do jovem.
O crime aconteceu no dia 28 de agosto dentro da casa onde o casal morava, na Rocinha, Zona Sul do Rio. A morte da jovem foi descoberta após amigos da vítima desconfiarem da falta de respostas dela. Após as tentativas frustradas, uma amiga foi até a casa onde Jenifer vinha vivendo até a separação com o Gabriel e a encontrou morta com um tiro no peito.
Inicialmente, a investigação da 11ª DP (Rocinha) acreditava se tratar de um suicídio, visto que, segundo o apurado, Gabriel teria alterado o local do crime para indicar que a jovem teria se matado e evitar ser responsabilizado. Na época, durante seu depoimento, ele reforçou a versão.
Contudo, uma perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) demonstrou que a vítima havia sido assassinada. As provas técnicas foram fundamentais para o indiciamento e o pedido de prisão de Gabriel, que teria colocado a arma na mão de Jenifer para simular que ela teria tirado sua própria vida, além de ter mudado o corpo da mulher de local.
Um exame residuográfico foi realizado no material encontrado sob as unhas da jovem. De acordo com a Polícia Civil, a coleta feita no corpo da vítima sugere que houve luta corporal antes dela ser assassinada. A polícia também fez exame para encontrar vestígios de pólvora nas mãos e roupas de Gabriel.
Relacionamento abusivo
De acordo com a avó da jovem, Thania Leandro Paes, o homem era bastante agressivo e manteve Jenifer em cárcere privado por cerca de um mês. Os dois mantiveram um relacionamento por 10 meses.
"Eu criei ela, todos amavam minha neta. Ela era carinhosa, educada, estudiosa. Já tinha quatro meses que ele a levou, mas só tinha um mês que eles estavam morando na Rocinha. Foi aí que ele a deixou em cárcere privado. Ele era doente de ciúme", afirmou.
A avó contou ainda que após o crime, o namorado ligou para mãe de Jenifer. "Ele friamente ligou para minha filha e disse: Vem buscar sua filha que está morta", lamentou.

Thania revelou também que a neta não tinha contato com a família, e que a última vez que falou com o pai foi para pedir dinheiro para se alimentar. "O pai passou um PIX para ela. Aí ele quebrou o celular dela, para ela não se comunicar com a família. Até aí ela passou o número do celular do irmão para uma amiguinha dela, por isso nós ficamos sabendo do falecimento", explicou.