Ednalda Maria de Oliveira e Natane Silva de Oliveira, mãe e irmã de Suede, se abraçam em frente à delegaciaCleber Mendes / Agência O Dia

Rio - O delegado Deoclécio Assis concluiu, nesta terça-feira (10), as investigações acerca da morte de Suede de Oliveira Junior, que caiu da escada da boate Street Lapa, na região central do Rio. De acordo com o titular da 5ª DP (Mem de Sá), o modelo de 44 anos foi vítima de um acidente ao cair pelo vão da escada que levava do segundo ao primeiro andar do estabelecimento. Com isso, o caso foi encerrado e será arquivado.
Nesta terça, Deoclécio ouviu a médica que atendeu Suede no Hospital Municipal Souza Aguiar. Recentemente, os investigadores tiveram acesso a um boletim médico que apontou uma perfuração entre a perna e a bacia do modelo, o que poderia indicar um ferimento causado por arma branca. O machucado, no entanto, foi provocado por um copo de acrílico que estava na mão da vítima.
"Ninguém atentou contra a integridade física dele, não há que se falar em homicídio. Do questionamento feito sobre o que a médica escreveu no boletim, ela disse que ele apresentava um corte no quadril e, muito provavelmente, teria sido causada por arma branca. Ela explicou que isso foi o que lhe apareceu, mas ela não atestou a morte. Disse que ele já chegou praticamente morto, apresentando 'roxidão' e uma ferida muito grande na parte de trás da cabeça, com muito sangramento", disse o delegado.
"Sobre o corte no quadril, ela sugeriu que pudesse ter sido causado por algum objeto cortante. A partir daí, requisitamos um laudo complementar e ao perito do IML se aquele corte foi decisivo para a morte. Ele respondeu que não: ele [Suede] morreu de traumatismo craniano e hemorragia interna. O corte tinha aproximadamente três centímetros e era superficial, não apresentava sangramento ou hemorragia", concluiu.
Imagens das câmeras de segurança mostram que Suede estava descendo as escadas de maneira cambaleante, bem próximo ao corrimão, com dois copos na mão esquerda. Em certo momento, ele para de descer, se desequilibra e cai no vão da escadaria. O delegado afirmou que ainda não há como confirmar se o homem estava sob efeito de álcool.
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A mãe de Suede, Ednalda Maria de Oliveira, também esteve na delegacia acompanhada de um advogado e da filha Natane Silva de Oliveira para conversar com o delegado. Antes de ter acesso às informações, ela conversou com a imprensa e comentou sobre a desconfiança de que alguém pudesse ter causado o ferimento apontado pelo boletim médico.
"A gente não pode afirmar, senão estamos sendo levianos, estaremos falando do que a gente não sabe porque a gente não estava lá. Mas se tem um corte na perna que não tinha antes de sair de casa, alguém fez alguma coisa com ele que eu quero saber. Se não tivesse tido esse corte, ele teria caído? Isso que eu quero saber. Quero a verdade. Ele não se jogou, é nítido nas imagens. Quero que a verdade seja esclarecida, quero que a memória do meu filho seja honrada. Ele era um filho muito bom, trabalhador, que cooperava... Ele só queria se divertir. Quem o conhecia, sabe do coração grandioso que ele tinha. Sei que isso não vai trazê-lo de volta, mas quero a memória do meu filho seja honrada", desabafou.
O caso aconteceu no dia 8 de agosto. Inicialmente, os policiais trataram a morte como um acidente, mas o boletim médico que constatou o ferimento levantou a possibilidade de um homicídio. Com as novas diligências, os investigadores concluíram que o óbito foi acidental e arquivaram o caso.