As três pessoas da mesma família estavam num Ônix que foi alvo de disparos após assalto em São CristóvãoReprodução/Redes Sociais

Rio - Um homem e duas mulheres ficaram feridos, na noite desta quarta-feira (25), após terem o veículo alvejado por policiais militares. Os primos Nívea Ághata Fernandes, 24, João Victor de Oliveira, 22, e a mulher dele, Yasmin dos Santos, 18, passavam pela Rua São Luiz Gonzaga, no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, quando teriam sido confundidos com criminosos que realizavam assaltos na região. A Corregedoria da Polícia Militar e a Polícia Civil investigam o caso. 
De acordo com o irmão de Yasmin, Bruno Gomes, o trio voltava de um bar, entre 23h30 e 0h, quando o carro em que eles estavam, um Ônix de cor prata, foi alvo dos disparos, depois que os PMs confundiram o veículo com um do modelo Cobalt branco, que perseguiam. Ele relatou que os agentes não realizaram abordagem e atiraram contra o automóvel. Nívea Ágatha dirigia, acabou atingida por dois tiros no tórax, um no pescoço e um no braço, e foi socorrida para o Hospital Quinta D'Or, no mesmo bairro. Segundo a família, a jovem tem uma bala alojada na cabeça e está em estado grave. 
Já João Victor, que estava no banco de trás, foi encaminhado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, atingido na perna e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), seu quadro é estável. Grávida, Yasmin estava no carona e sofreu um ferimento leve ao ser baleada de raspão na perna esquerda. A pasta informou que a gestante não deu entrada na unidade. "Ela está grávida de três meses, tinha o risco até dela perder o bebê por causa do nervosismo", desabafou Bruno, que afirmou que os familiares não têm envolvimento com o crime organizado e que não havia material ilícito no carro deles. 
Em nota, a PM informou que o 1º Comando de Policiamento de Área (1ºCPA) "apura as circunstâncias da abordagem policial realizada por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora Barreira do Vasco (UPP/Bareira) com apoio do 4° BPM (São Cristóvão)" e um procedimento apuratório foi instaurado para averiguar a conduta dos agentes envolvidos na ação. A corporação disse ainda que a Corregedoria acompanha os trâmites do caso e colabora integralmente com as investigações da Polícia Civil.
A Polícia Militar informou ainda que os envolvidos serão matriculados de forma compulsória no Programa Integrado de Capacitação Profissional (PICP), que aprimora o treinamento de policiais militares. "Ressaltamos que o procedimento ensinado em todas as escolas de formação é que seja montado um cerco, por meio do acionamento de viaturas, para que os policiais possam interceptar o veículo em fuga e realizar a abordagem policial. O princípio da abordagem visa a aproximação cautelosa até o contato com o cidadão. A utilização do armamento é sempre o último recurso, necessário diante do perigo iminente contra a vida do policial", completou.