Parte de São Gonçalo segue sem energia desde sábado (18)Divulgação

Rio - Escolas e unidades de saúde de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, estão há mais de 72h sem energia elétrica, devido a um colapso na região após o intenso temporal que atingiu a cidade no sábado passado (18). Segundo a prefeitura do município, 7 mil residências ainda estão sem energia elétrica.
De acordo com o Poder Executivo Municipal, as Unidades de Saúde da Família (USF) Badger da Silveira, no bairro Tribobó, e do bairro Vila Lage, além do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Paulo Marcos Costa, no Mutondo, continuaram sem energia nesta quarta-feira (22).
A educação da cidade também continua sendo afetada. A prefeitura informou que a Escola Municipal Anaia Pequeno e o Centro de Inclusão Municipal Helen Keller, em Vila Lage, estão com os mesmos problemas das unidades de saúde. 
Em resposta a falta de fornecimento de energia, que ocorrem desde o sábado (18), protestos foram realizados no início dessa semana em diferentes bairros da cidade e até mesmo rodovias, como as RJ-104 e RJ-106 e BR-101, que foram fechadas ou parcialmente fechadas por moradores revoltados com a concessionária Enel.
No último domingo (19), a Prefeitura de São Gonçalo ingressou com uma ação civil pública contra a empresa, em decorrência da suspensão do fornecimento de energia elétrica no município. A Procuradoria Geral apresentou, no ato, pedido de tutela de urgência em caráter liminar, para obrigar a concessionária a restabelecer totalmente a energia no prazo máximo de 24 horas, sob pena de multa diária no valor de R$ 1 milhão. Conforme informado ao DIA nesta quarta-feira (22) pela prefeitura, o prazo não foi cumprido.
Em Niterói
Na segunda-feira (20), o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou que a energia fosse restabelecida em Niterói, também na Região Metropolitana do Rio, em até 6h, sob multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O prazo já chegou ao fim e a falta de energia também persiste em algumas regiões da cidade nesta quarta-feira (22).
Segundo a Prefeitura de Niterói, os representantes da Enel pediram mais 48 horas para atender os cerca de 31 mil endereços que estão sem luz e se comprometeram a apresentar um plano operacional detalhado ainda na terça-feira (21).
O prefeito Axel Grael, no entanto, não aceitou o prazo e cobrou que o serviço fosse restabelecido de imediato e ofereceu apoio logístico da Prefeitura para agilizar o trabalho. Apesar disso, o problema ainda não foi resolvido.
O que diz a Enel?
Em nota enviada à reportagem na manhã desta quarta-feira (22), a Enel Rio informou que se solidariza com cada um de seus clientes que ficaram sem energia nos últimos dias e pede desculpas pelos transtornos causados após as fortes chuvas e ventos registrados na noite de sábado (18).

A empresa informou que mais de 99% de todos os clientes afetados pela tempestade na área de concessão da empresa tiveram o serviço normalizado. A empresa segue atuando nos atendimentos finais de sábado (18) e em ocorrências originadas nos dias seguintes à chuva.

O evento climático, com chuva, fortes rajadas de vento e descargas atmosféricas, causou danos severos à rede elétrica de várias cidades fluminenses, interrompendo o fornecimento de energia. Ao todo, cerca de 900 equipes estão atuando na área de concessão da distribuidora para acelerar o atendimento das ocorrências remanescentes.

"Como as emergências foram espalhadas em diferentes pontos específicos e a destruição da rede afetou diversos pontos ao mesmo tempo, o restabelecimento do serviço ocorreu de forma gradativa, apesar de todo o adicional de técnicos atuando nas ruas", finalizou o comunicado.
Representantes da empresa foram chamados para uma reunião com Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Serviços Delegados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), presidida pelo deputado Rodrigo Amorim (PTB), na próxima terça-feira (28), às 10h. A ideia do encontro é cobrar explicações da concessionária sobre o assunto.