Rio - Após a destruição provocada por um rompimento de uma adutora em Nova Iguaçu, a companhia Águas do Rio informou, na tarde desta terça-feira (28), que a normalização do abastecimento nos municípios de Nilópolis e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, além da Zona Norte da capital, está prevista para a manhã desta quarta-feira (29). Nesta manhã, diversos moradores acordaram em meio a um alagamento, tendo suas casas invadidas pela água.
De acordo com a concessionária, 120 profissionais da empresa estão na região para atuar no conserto da tubulação e prestar apoio aos moradores. A Defesa Civil comunicou que 30 imóveis foram danificadas e cinco famílias, totalizando 13 pessoas, estão desalojadas. Apesar do susto, não houve feridos.
Rompimento de adutora provoca estragos em Nova Iguaçu. O abastecimento de água precisou ser reduzido em municípios da Baixada e em bairros da Zona Norte. Equipes da Águas do Rio atuam no local
Ao DIA, moradores relataram as perdas que tiveram por conta da água que invadiu as casas. Graziella Nascimento, de 33 anos, disse que o telhado de sua casa foi arrancado e alguns móveis foram perdidos.
"Parecia um redemoinho, molhou tudo e a água veio escorrendo para o primeiro andar. Guarda-roupa está todo molhado, geladeira deu curto, a cama está molhada, o ventilador foi perdido, uniforme de escola, tênis, muita coisa… Fora o trauma que minha filha está. Ela olha para a casa e dá vontade de chorar, ela só tem 7 anos. Meu tio é acamado, meu vizinho que veio desesperado me ajudar a colocar ele na cadeira de rodas para conseguirmos sair de casa", disse.
Outro morador, Marlon Souza da Silva, 19 anos, relatou que acordou ao sentir a água caindo em seu rosto e precisou correr pelos fundos com os irmãos, a mãe e o padrasto no momento do vazamento.
"Perdi tudo, cama, armário, geladeira, ventilador, telefone. Quando foi umas quatro da manhã, teve um estrondo enorme. Acordei com água jorrando na minha cara. Foi perda total, pegamos as crianças e saímos pela parte de trás da casa. Aqui, a água não chegou a subir muito, mas ali na frente está um caos", explicou.
Marlon citou que já havia outros vazamentos menores na região, mas as providências não teriam sido tomadas.
"Eles vinham aqui, tiravam fotos, não faziam mais nada e a água ficava vazando, até acontecer essa situação. Virando a esquina, já aconteceu isso também. E olha que dessa vez foi o cano menor que estourou. Aqui está um caos", lamentou.
Procurada em relação aos relatos, a Águas do Rio informou que tratavam-se de vazamentos nas redes de abastecimento de pequeno porte, e não de vazamentos na adutora que abastece a região. Um rompimento em adutora gera uma pressão muito maior, causando danos como os que ocorreram nesta terça.
A causa do rompimento e a extensão do impacto da água nas casas no entorno estão sendo avaliadas, assim como o levantamento dos danos. Com essas informações definidas, os moradores impactados serão indenizados.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro entrou com uma nova ação civil contra a empresa Águas do Rio e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) após o rompimento da adutora no bairro Prados Verdes. Na última semana, a instituição já havia ingressado com um pedido para que medidas emergenciais fossem adotadas com objetivo de prevenir tragédias como essa.
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