Emerson da Silva Roque, tio da menina K.H, segurando o vestido favorito da sobrinha no IMLPedro Ivo/Agência O Dia

Rio - A família da menina K.H.S, de apenas 4 anos, esteve no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nesta segunda-feira (11), para realizar a liberação do corpo da criança que foi raptada, estuprada e morta por Reynaldo Rocha Nascimento, de 22 anos, primo da mãe da vítima. De acordo com a perícia, a menina tinha sinais de estrangulamento e diversos ferimentos no rosto.
O criminoso foi preso e confessou aos policiais o crime. Segundo a Polícia Civil, Reynaldo contou que a retirou de casa, pois sabia que estaria sozinha. Em seguida, a estuprou. Reynaldo disse, ainda, que para evitar ser descoberto com o choro da menina, a estrangulou e escondeu o cadáver em um saco de ração. O corpo da menina foi localizado na beira de um valão próximo à casa do criminoso.
K.H.S. estava desaparecida desde a madrugada de sábado (9), quando dormia com os irmãos de 7 e 8 anos no bairro do Cabuçu, em Nova Iguaçu. A mãe das crianças saiu por volta das 23h de sexta-feira (8) e deixou os filhos sozinhos na casa. Quando ela retornou, por volta das 5h do dia seguinte, não localizou mais a criança. A família suspeitou de que a menina havia sido raptada, mas ninguém havia ouvido gritos ou estranhado a presença de alguém na região.
Bastante abalado, o tio da vítima, Emerson da Silva Roque, de 37 anos, esteve no IML à frente dos trâmites de liberação do corpo. Ele segurava nas mãos o vestido favorito da menina e garantiu que ela seria enterrada usando a roupa que mais gostava, um vestido com tema de desenho infantil.
Emerson contou que o criminoso tinha acesso à casa da irmã, Suelen Silva, mãe de K.H, e que a família começou a suspeitar que Reynaldo poderia estar envolvido no sumiço da criança depois que vizinhos testemunharam gritos partindo da casa do criminoso, na madrugada de sábado para domingo. 
"Um dos vizinhos disse que escutou gritos próximo à casa dele, foi aí que invadimos o local. Nos fundos tinha uma casa abandonada e vimos sangue lá. A mãe dele disse pra gente que era sangue de cachorro. Ela ajudou a ocultar o corpo", acusou Emerson. A Polícia Civil ainda busca evidências que comprovem a participação da mãe do suspeito no crime, mas para a família da menina, não há dúvidas do envolvimento dela.
Enquanto Emerson estava liberando o corpo da menina no IML, Reynaldo era conduzido pelos policiais para fazer exame de corpo de delito no mesmo local. O preso, que foi agredido pelos vizinhos no domingo (10), estava com a cabeça enfaixada. Ele saiu algemado ao lado de outros dois presos e foi encaminhado para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.
O corpo de K.H será sepultado nesta segunda-feira (11), no Cemitério de Nova Iguaçu, às 17h.
Mãe vai ser investigada por abandono de incapaz
Suelen da Silva, mãe da menina, será investigada por negligência. A informação foi confirmada pelo delegado Mauro César, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Suelen deixou a menina e outros dois filhos, de 7 e 8 anos, dormindo sozinhos para ir a uma festa. Ela, mãe de K.H e outras duas crianças, será investigada por abandono de incapaz.
"A mãe da menina deixou sua filha e mais dois irmãos sozinhos em casa e foi para um forró no mesmo bairro onde residia e quando retornou, não encontrou sua filha e se desesperou. Após procurar a menina na casa de parentes e amigos, buscou ajuda da Policia Civil, que imediatamente começou as investigações", explicou o delegado.
Para Emerson, irmão dela e tia das crianças, Suelen precisa ser responsabilizada pelos atos. "Acredito que ela possa responder por abandono de incapaz. Não estamos aqui para passar a mão na cabeça de ninguém, mas ela vai morrer com a dor de saber que se ela estivesse lá nada disso teria acontecido", disse. Emerson disse ainda que a mãe não tinha o costume de deixar as crianças sozinhas em casa.