Fabio Raposo e Caio Silva vão para júri popular e respondem por homicídio doloso e explosão em 2014Reprodução/ TV Globo

Rio - O julgamento dos dois acusados pela morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, está marcado para esta terça-feira (12), às 13h, no III Tribunal do Júri da Capital, quase 10 anos após o crime, em 2014. Os réus Caio Silva de Souza e Fábio Raposo Barbosa vão a júri popular.
Os dois são acusados de acenderam o explosivo que atingiu e causou a morte de Santiago durante um protesto no Centro do Rio. O repórter sofreu fratura do crânio, hemorragia intracraniana e laceração encefálica. Ele morreu quatro dias após o incidente.

Caio e Fábio respondem pelos crimes de homicídio doloso (com intenção de matar) qualificado e explosão cometidos contra o repórter. Eles chegaram a ser presos, mas foram soltos em 2015 e seguem usando tornozeleira eletrônica e seguindo algumas medidas cautelares.

Inicialmente o julgamento estava marcado para 2019, mas foi adiado após a defesa de Caio Souza conseguir um habeas corpus. Na ocasião, os advogados alegaram que a acusação deveria ser de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Relembre o caso
O cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, morreu depois de ser atingido na cabeça por um rojão enquanto cobria manifestação no Centro do Rio, em 6 de fevereiro de 2014. Caio Silva de Souza e Fábio Raposo foram acusados de soltar o explosivo e foram denunciados pelo MP pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e uso de explosivo).

Após ser atingido pelo rojão, Santiago Andrade ficou internado no Hospital Souza Aguiar por quatro dias e morreu em decorrência dos ferimentos. A explosão lhe causou afundamento no crânio.

Segundo a denúncia do MP, Fábio teria entregado o rojão para Caio "com a finalidade, previamente, de direcioná-lo ao local onde havia uma multidão, inclusive composta por policiais militares". Na época, os dois afirmaram que já se conheciam de outras manifestações e agiam juntos.

Segundo a defesa de Caio, asimagens que o cinegrafista gravou foram "destruídas pela Rede Bandeirantes, o que impede que todas as circunstâncias do crime sejam analisadas". Ainda segundo os advogados do réu, o Judiciário decretou a "perda da prova" pela empresa. "De qualquer maneira, Caio Silva de Souza, como já se manifestou inúmeras vezes, sente muito pelo ocorrido e se solidariza com a família do cinegrafista que perdeu a vida enquanto exercia seu ofício", disse por meio de nota a defesa.
A reportagem tenta contato com a acusação do repórter cinematográfico.