Fachada do tradicional 5 de Julho, que teve suas atividades encerradas por determinação judicialMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Os moradores do Barreto, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, perderam um histórico espaço de lazer e socialização. O tradicional clube Combinado 5 de Julho fechou as portas por determinação da Justiça, nesta segunda-feira (11). O local, tombado como patrimônio material e imaterial da cidade, foi arrematado por uma rede de atacado.

Em 2020, o espaço entrou em leilão devido ao acúmulo de dívidas trabalhistas desde 2012, com valor inicial de R$ 37 mil. Atualmente, o débito chega a quase R$ 6 milhões. Há cerca de 20 dias, o clube recebeu uma ordem de despejo com limite até 11 de dezembro.

O processo já passou por todas as instâncias e não cabe mais recurso. A Secretaria Municipal de Cultura de Niterói reforçou que as instalações do clube são tombadas, mas que isso não se estende às atividades desenvolvidas no local.
Apesar da determinação judicial, a direção e os sócios do clube vão lutar até o final para reverter o quadro. Foi iniciado um abaixo-assinado simbólico nesta terça-feira (12) com o objetivo de retomar o espaço. Em menos de 24 horas, mais de 1.800 pessoas assinaram a petição, que tem meta de atingir 2.500 assinaturas.

Patrimônio material e imaterial de Niterói

Fundado em 1927 por um grupo de amigos, o clube possui um amplo complexo social, com uma área de 10.800 m². Suas instalações contam com o Ginásio Armando Barcellos, parque aquático, sauna, churrasqueiras, quadras de peteca e futevôlei, área para exercícios físicos e campo de futebol.

Em 2022, o clube foi tombado como patrimônio material e imaterial de Niterói devido ao valor histórico e social do local. Também serve para preservar a história do esporte e da cultura, além da memória afetiva dos moradores da região. O tombamento não impede reformas no imóvel, desde que mantenha as características do local.