Decisão foi revogada após Estado e Município recorrerem Arquivo / Renan Areias / Agência O Dia
A nova medida derrubou a decisão da juíza Lysia Maria Mesquita, titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca da Capital, que atendia ao pedido de uma ação civil pública do Ministério Público do Rio (MPRJ).
Cardozo atendeu ao pedido do Estado e do Município, que recorreram da decisão na sexta-feira (15).
"A ingerência judicial na formulação e implementação da política pública em testilha, sobretudo como levada a efeito – de modo a interditar inaudita altera parte e repentinamente sua execução – encerra inegável risco de lesão à ordem administrativa e à segurança pública, além de comprometer a concretização do postulado da proteção integral de crianças e adolescentes no território da capital fluminense", argumentou.
O presidente do TJRJ destacou que a decisão liminar revogada foi concedida sem que tenham sido ouvidos o Estado e o Município do Rio de Janeiro previamente. "Com efeito, sem a prévia oitiva dos entes públicos formuladores da política em questão, e sem qualquer dilação probatória realizada sob o crivo do contraditório, a decisão liminar impugnada parte do pressuposto da ausência de situação de vulnerabilidade ou risco social das crianças e adolescentes abordados no âmbito da chamada 'Operação Verão', desmantelando de plano a ação conjunta em tela", explicou.
O magistrado considerou que os casos de encaminhamento de adolescentes abordados à instituição de acolhimento não violam seu direito de ir e vir: "Por outro lado, é mister salientar que o eventual e excepcional encaminhamento dos infantes à instituição de acolhimento, após percorrido o iter procedimental definido na nota técnica que descreve a operação e à vista da situação de vulnerabilidade aferida in concreto, não enseja propriamente violação do direito de ir e vir de crianças e adolescentes".
Assim que a medida foi publicada, o Governo do Estado anunciou que iria recorrer. As ações da Operação Verão começaram em setembro deste ano, com reforço no policiamento nas praias.
Prefeito do Rio se manifestou sobre primeira decisão
O prefeito Eduardo Paes (PSD) usou as suas redes sociais para dizer que também iria recorrer da decisão que proibia as apreensões sem flagrante. Ele defendeu que a determinação atrapalha o cumprimento das obrigações com a segurança pública da prefeitura.
Paes destacou que as secretarias de Ordem Pública e de Assistência Social, essa sob o comando da primeira, auxiliam as forças policiais na prevenção aos crimes que ameaçam a população carioca. Com a decisão, o trabalho dos agentes seria prejudicado, de acordo com o prefeito.
Defensoria Pública e MPF pedem proteção à integridade de crianças e adolescentes
A Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) pediram, na sexta-feira (15), providências ao secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli.
Episódios de assaltos
No início de dezembro, o empresário Marcelo Rubim Benchimol, 67 anos, foi agredido e roubado por um grupo em Copacabana, Zona Sul. Na ocasião, os menores iniciaram os roubos no Arpoador e foram até Copacabana. A vítima foi agredida ao tentar defender uma mulher de um ataque dos criminosos. Após levar o soco, Benchimol caiu desmaiado e teve os pertences roubados. O grupo tinha, pelo menos, 11 pessoas.
Na sexta-feira, 8, um suspeito foi preso após assaltar um turista estrangeiro na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 19º BPM (Copacabana) foram acionados e montaram um cerco para localizar e prender o homem. Com ele, os policiais recuperaram um telefone celular, R$ 900 e um cartão de crédito.
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