Rio - Abandonado há anos, a histórica Estação Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho, pode ter finalmente um novo destino. A Prefeitura do Rio divulgou, neste sábado (16), um projeto para a revitalização do espaço, que passaria a abrigar a Cidade do Samba 2, um centro de convenções e uma área residencial. Com 124 mil m², o imóvel, que é da União, foi construído em 1926.
Nesta segunda-feira (18), o prefeito Eduardo Paes apresentará uma proposta formal à ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. O município pretende comprar o imóvel, que é tombado pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com um plano de ocupação de uso misto em quatro blocos: reforma do prédio histórico; construção de um centro de convenções; implantação da Cidade do Samba 2 para escolas do Grupo de Acesso e empreendimentos residenciais.
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A Superintendência do Patrimônio da União (SPU) fará a contratação de um laudo para definir o valor da negociação e a prefeitura vai assumir as obrigações judiciais.
Nas redes sociais, Eduardo Paes publicou um material que mostra como a estação está se "sentindo" diante do abandono. "Nos últimos anos me deixaram envelhecendo sozinha. Não era assim que eu imaginava fazer 100 anos. Mas tenho esperança! Eu fico sonhando em ser reformada", diz a locução do vídeo.
A história
A Estação Ferroviária Barão de Mauá funcionou até meados de 2002, ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis, na Região Serrana, e aos estados de São Paulo e Minas Gerais. Posteriormente, quando teve seu direito de uso cedido à SuperVia, a instalação foi fechada. As linhas foram remanejadas para a Estação Central do Brasil. Pouco depois, ainda chegou a abrigar alguns eventos culturais.
No início deste ano, a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação de Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), Andrea Borde, ressaltou, em entrevista ao DIA, que a Leopoldina é um marco na história do Brasil. "O nome do local é em homenagem ao Barão de Mauá que construiu a primeira estrada de ferro no Brasil. Ele viajou para a Inglaterra em 1840, viu a iluminação na rua e trouxe a ideia para o país", disse e professora.
Depois de aberta a fábrica, Barão de Mauá instalou uma estrada de ferro, dando início as primeiras ramificações da Estação Leopoldina, que ia até Magé. "A partir de então, mais ramificações foram sendo criadas e alguns ramais priorizados, como Três Rios, Areal e Petrópolis. Em 1926 inauguraram esse grande prédio, projetado por um arquiteto escocês, Robert Prentice, um dos representantes do Art Déco no Rio, que virou um símbolo arquitetônico importantíssimo para a nossa história", contou Andrea, à época.
Procurado, o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos ainda não se manifestou sobre o projeto. O espaço segue aberto para posicionamento.
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Raphael Perucci
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