Emilson do Amparo, de 62 anos, morreu por asfixia na casa da ex-companheira, em ItaboraíDivulgação

Rio - Edinalva Brito dos Santos Carvalho, de 51 anos, foi presa neste domingo (17) suspeita de envenenar e matar o ex-companheiro Emilson do Amparo, de 62, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. Ela confessou que dopou e envenenou o pedreiro, mas alegou para a Polícia Civil que agiu em legítima defesa. No entanto, a versão apresentada não convenceu os investigadores após análise do prontuário médico e outros dados.
Emilson do Amparo, de 62 anos, morreu por asfixia na casa da ex-companheira, em Itaboraí - Divulgação
Emilson do Amparo, de 62 anos, morreu por asfixia na casa da ex-companheira, em ItaboraíDivulgação
O caso foi registrado, inicialmente, na 71ª DP (Itaboraí), que realizou as primeiras investigações para apurar as circunstâncias da morte. A perícia apontou que a morte foi causada por "hipoxemia por constrição cervical causada por asfixia mecânica". Os agentes também apreenderam cartelas vazias de remédios controlados e um produto extremamente tóxico de uso veterinário.

A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) deu continuidade às investigações e apurou que o casal possuía um histórico conturbado, com tentativas de suicídio e homicídio por parte da mulher, que não concordava com o término do relacionamento. De acordo com a delegacia, um vídeo apreendido também mostra a vítima extremamente dopada e letárgica momentos antes de ser morta.
Relembre o caso
O corpo de Emilson foi encontrado dentro da piscina da casa da suspeita, no bairro Gebara, em Itaboraí, na noite do último dia 8. Já Edinalva foi encontrada desacordada, próxima à área de lazer. Ela foi socorrida e levada para o Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, no mesmo município com indícios de envenenamento. A mulher chegou a prestar depoimento na unidade de saúde, onde confessou aos agentes da DHNSG que havia cometido o crime. Ela recebeu alta na tarde de sexta-feira (15), mas foi presa em seguida. 
A família do pedreiro contribuiu com a Polícia Civil desde o início para ajudar a solucionar o caso. Assim que chegaram na casa da suspeita, os filhos do pedreiro encontraram frascos de remédios controlados e veneno. Eles também pegaram o celular de Edinalva e entregaram à polícia. No aparelho foram encontradas conversas entre a suspeita e um vídeo da vítima dopada.
Ao DIA, a sobrinha de Emilson, Kelly da Costa Pessanha, de 37 anos, disse que o casal estava separado há pelo menos dois anos, mas mantinha uma relação de amizade, por isso ele tinha o costume de fazer favores domésticos para ela. No entanto, mesmo com a aparente relação cordial, Edinalva já havia tentado matar ele outras vezes. "Na sexta-feira (8), meu tio mandou mensagem para o filho dele falando que ia trocar uma torneira na casa dela, só que ele estava demorando muito para voltar pra casa. Foi então que começamos a nos preocupar e ligamos várias vezes para ele, mas ninguém atendeu", disse.
Em seguida, o filho do pedreiro recebeu um vídeo de Edinalva onde mostrava o pai dele aparentemente dopado dentro da piscina. Nas imagens, obtidas pelo DIA, Edinalva fala para o pedreiro sair da parte rasa e ir para o lado fundo. "Vai ali no lugar fundo. Vai para o fundo" e, em seguida, ri da situação.
Em depoimento na 71ª DP (Itaboraí), Leidyane Silveira do Amparo disse que o pai o pai estava visivelmente dopado nas imagens. Ao delegado Leomar Garcia, delegado da distrital, ela também afirmou que o pai chegou a ligar para a ex-namorada da irmão, no dia 8 de dezembro, pedindo socorro. A menina, então, fez contato com Leidyane informando o ocorrido. Desesperada, ela foi à casa de Edinalva, mas quando chegou no local o pai já estava em óbito.