Na foto, a Prainha, localizada na Zona Oeste do Rio, foi considerada uma das mais adequadas para banhoReginaldo Pimenta/Agencia O Dia

Rio - Em meio as fortes ondas de calor que atingiram a cidade do Rio, batendo diversos recordes de temperatura, cariocas marcaram forte presença nas praias da capital durante este ano. No entanto, nem todas as praias estão adequadas para o banho em determinadas épocas. Segundo relatórios do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), as praias consideradas próprias para banho durante todo o ano foram: Prainha, Reserva, Vermelha e Barra da Tijuca. Já as praias da Barra da Tijuca, próximas ao 2º GBM e o Quebra-Mar, Botafogo, Flamengo e Pontal de Sernambetiba não tiveram a mesma sorte.
Localizada em Grumari, na Zona Oeste da cidade, a Prainha fica em uma área de preservação ambiental, longe de transporte público e cercada por morros. Já a praia da Reserva, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, é extensa e pouco frequentada, em uma área de proteção ambiental com 8 km de extensão. A praia Vermelha é endereçada na Urca, na Zona Sul, entre o morro do Pão de Açúcar e o morro da Babilônia. No seu lado direito, localiza-se o Clube Militar da Praia Vermelha.
Já a praia da Barra da Tijuca, na altura da Avenida Ayrton Senna, também na Zona Oeste, é considerada a maior praia do estado do Rio de Janeiro, com 14,4 km de comprimento. Não possui calçadão próximo a avenida por ser uma região de preservação ambiental. Nas imediações, situa-se a Reserva Biológica de Marapendi.
O diretor de Segurança Hídrica e Qualidade Ambiental do Inea, Cauê Bielchowsky, contou que o monitoramento do instituto engloba uma rede de 195 praias distribuídas em 289 pontos de coleta no estado do Rio de Janeiro, sendo na capital do Rio, 43 praias distribuídas em 64 pontos. "O monitoramento conta com planejamento, execução e análise do material coletado. A partir desse material, seus resultados são liberados em laudos laboratoriais do próprio do Inea, onde depois, os técnicos, utilizando-se como base a resolução CONAMA, elaboram os boletins de balneabilidade", revelou.
Segundo explicou o diretor, para que se possa chegar a conclusão que a praia é própria ou não para banho, a partir de uma coleta, são consideradas as últimas cinco outras amostragens consecutivas com resultados analisados. Se o último resultado da série de amostragens for superior a 400 NMP de enterococos/100ml ou se, dessas últimas cinco campanhas, dois ou mais resultados forem superiores a 100 NMP de enterococos/100 ml, a praia é considerada imprópria por conta da quantidade dessas bactérias.
"A população que entra em contato com água de praia que é considerada imprópria, sem condições de balneabilidade, pode pegar doenças de pele como dermatite, alergias, além de problemas intestinais como dor de barriga e diarreia", contou. 
Além de manter a população informada, os relatório são um motor para a recuperação desses ecossistemas com foco na preservação ambiental, além de atividades como a pesca e o turismo.
Melhorias na qualidade da água do Rio
Ao longo de 2023, o Inea constatou uma melhora da qualidade da água em algumas praias fluminenses. No início do ano, houve destaque para a redução de 90% de carga orgânica lançada na Praia de Botafogo, devido às obras de reconstituição do sistema de drenagem, a troca de troncos coletores e as intervenções realizadas pelas concessionárias.

No meio do ano, as análises de balneabilidade mostraram que a praia do Flamengo entre os meses de junho e outubro ficou balneável em 64%, enquanto no ano passado ficou própria em apenas 33%, no mesmo período.

"Esse números se devem à redução dos níveis bacteriológicos em 92%. Esse índice está ligado diretamente às ações implementadas na Urca e Botafogo", explicou Bielchowsky.
Já praias de São Conrado já vêm sinalizando com as análises de balneabilidade que os níveis no ano passado superaram 70% de período balneável, enquanto neste ano, ultrapassou 85%. O resultado reflete as ações de manutenção da elevatória da região por parte da concessionária responsável.