Mulher de sargento morto em operação em Vigário Geral precisou ser amparada por policiaisMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A mulher do policial militar morto em Vigário Geral, na Zona Norte, na manhã desta quarta-feira (27), esteve no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mesma região, para reconhecer o corpo do marido. O sargento Leonardo Maciel da Rocha, de 33 anos, foi baleado na cabeça e não resistiu aos ferimentos. Outros dois PMs também foram atingidos, três suspeitos morreram e dois ficaram feridos. Muito abalada, a companheira da vítima gritava que "ele prometeu que ia voltar" e precisou ser amparada. 
O PM era lotado no 3º BPM (Méier) e atuava em apoio ao 16º BPM (Olaria) em uma operação nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas, Pica-Pau e Cidade Alta, no Complexo de Israel. O sargento estava na corporação desde fevereiro de 2011, deixa a companheira e um enteado. Ele será enterrado nesta quinta-feira (28), no Jardim da Saudade em Paciência, na Zona Oeste.
Outros dois PMs também foram baleados em Vigário Geral e encaminhados para a mesma unidade de saúde. Um deles ficou ferido em uma das nádegas, quando realizava patrulhamento na Rua Bulhões Marcial, passou por cirurgia e não corre risco de morte. Já o outro foi atingido de raspão na Rua dos Democrátircos e recebeu alta médica.
Desde o fim da madrugada desta quarta-feira, moradores relatam um intenso confronto na região. Na troca de tiros em Vigário Geral, com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que também estiveram no Complexo de Israel, quatro suspeitos foram baleados. Três deles já chegaram sem vida ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, dentro de um veículo blindado da Polícia Militar, e outros dois homens foram levados sob custódia para a unidade com escoriações. Em seguida, os agentes conduziram a dupla à 38ª DP (Brás de Pina). Na ação, quatro fuzis foram apreendidos. 
Em Parada de Lucas, o Núcleo de Operações Especiais (NAOE) atuaram na remoção de barricadas. Uma das barreiras removidas pelas equipes, um trilho de trem com aproximadamente 1,5 metro de profundidade era utilizado por criminosos para dificultar o acesso dos policiais à comunidade.
A operação teve o objetivo de reprimir roubos de cargas e veículos e verificar denúncias sobre uma possível reunião de criminosos locais. Além do 16º BPM, unidades do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA) e do Bope, houve apoio ainda de uma ambulância do Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate (Gesar) e NAOE. Já os Batalhões de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), de Rondas e Controle de Multidão (Recom) e o Regimento de Polícia Montada (RPMont) atuaram em pontos da Avenida Brasil, nos dois sentidos. 
Por conta do confronto, os trens do ramal Saracuruna circularam apenas entre a Central do Brasil e a Penha, ao longo de toda a manhã, e 11 estações ficaram fechadas e só foram reabertas por volta das 12h. No trecho entre a Central do Brasil e Gramacho, o intervalo médio é de 50 minutos e os passageiros precisam realizar a troca de composição na estação Penha para seguir até os terminais. Já entre Gramacho e Saracuruna, os trens circulam de acordo com a programação para o horário. "Nossos técnicos seguem atuando para normalizar a circulação do ramal o mais breve possível", informou a concessionária.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) informou que as Clínicas da Família Heitor dos Prazeres e Joãozinho Trinta, além dos Centros Municipais de Saúde José Breves dos Santos e Iraci Lopes acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interromperam o funcionamento na manhã desta quarta-feira.