Museu reúne mobílias e objetos pessoais de Benjamin ConstantReprodução / @museubenjaminconstant

Rio - Após seis anos fechado para restauração, o Museu Casa de Benjamin Constant, em Santa Teresa, região central do Rio, foi reaberto recentemente. Depois de um longo período de obras, o local, que é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1958, passou a contar com um salão multiuso e instalações mais modernas e acessíveis.
A revitalização custou cerca de R$ 7,1 milhões e contemplou a restauração dos dois edifícios históricos. A antiga chácara, composta pela residência onde viveu Benjamin Constant, que hoje abriga o museu; e a casa onde residiu a filha do militar e professor, que atualmente é a sede administrativa.
O local ganhou, também, um laboratório de conservação, uma reserva técnica e um salão multiuso para atividades educativas, palestras e seminários. Além de um anexo de apoio aos funcionários, com refeitório e banheiros.
"Durante as duas fases de obras, também foram construídas passarela para pedestres e rampa de acesso ao platô inferior do Parque, antes fechado a visitação. Além da casa histórica, estamos em uma área verde que possui mais de 10 mil m², e integra a área de proteção ambiental de Santa Teresa", ressalta a diretora do museu, Elaine Carrilho.
A museóloga também comenta sobre a importância histórica do local. "Por ser um museu casa, contamos tanto a história do nosso patrono e o seu papel na proclamação da república, quanto a história familiar cotidiana do período. Podemos perceber, também, as transformações ocorridas no ambiente doméstico entre os séculos XIX e XX", completa Elaine.
Para o diretor da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Orlando Lemos, a reabertura foi uma grande vitória para o bairro. "A retomada do museu é muito importante para os moradores de Santa Teresa, pois é um grande ponto cultural. Se trata de um patrimônio histórico que reúne vários acervos, não só do Benjamin Constant, mas de outras figuras históricas. Além da grande área verde que tem no local", exalta.
Desde sua abertura, no dia 18 de novembro, o espaço tem novos horários. O parque do museu abre diariamente das 8h às 17h. Já a casa histórica funciona de terça à sexta-feira das 10h às 17h. Aos sábados, domingos e feriados abre entre 13h e 17h. O museu fica na Rua Monte Alegre 255, Santa Teresa, e tem entrada gratuita.

Primeira casa da República

Construída em 1860 por Antônio Moreira dos Santos Costa, o local foi a primeira casa da República do Brasil. Planejada em um estilo neoclássico, com caramanchão e coreto em um parque de árvores, possui uma planta de arquitetura em forma de “U”, formando um pátio interno, para o qual dão várias portas e janelas.
Benjamin Constant (1837-1891), conhecido como o fundador da República, mudou-se para a residência em 1890 e viveu nela até o dia de sua morte, em 22 de janeiro de 1891. No ano de 1958, o General Pery Constant Beviláqua (1899-1990), bisneto de Benjamin, solicitou ao Iphan - à época denominado Serviço Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN) - uma intervenção no imóvel, que se encontrava em ruínas. A casa, então, foi tombada.
Após o falecimento da filha mais nova de Benjamin, Araci (1882-1961), o monumento foi retomado pela União e pelo Iphan, onde começaram o trabalho de organização do museu. No dia 18 de Outubro de 1982 foi inaugurado o Museu Casa de Benjamin Constant, reunindo móveis e objetos, além de livros, documentos e fotografias do arquivo pessoal do homenageado e de seus familiares. Em 2017, no entanto, foi fechado para reformas.
 
*Reportagem do estagiário João Pedro Bellizzi, sob supervisão de Raphael Perucci