Rio - Sob forte comoção, familiares e colegas de farda se despediram do sargento da PM Leonardo Maciel da Rocha, de 33 anos, na tarde desta quinta-feira (28), no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, Zona Oeste. O policial foi morto durante uma operação do 16º BPM (Olaria) na comunidade de Vigário Geral, nesta quarta-feira (27).
Cerca de 200 pessoas estiveram presentes na cerimônia de despedida ao agente. O velório começou às 12h e terminou às 15h, com o sepultamento. Abalados, os familiares e amigos do sargento não quiseram falar com a imprensa. Uma parente do policial passou mal durante o cortejo ao corpo e precisou ser socorrida.
O secretário da PM, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, também esteve no local. Ao 'RJTV2' da TV Globo, ele comentou sobre a situação dos blindados, já que o tiro que atingiu o agente passou por uma pequena abertura no veículo usada para apoiar fuzil.
"Qualquer equipamento de proteção é para minimizar riscos. Essa é a principal finalidade. É difícil. Pode acontecer? Mas acontece. O veículo foi periciado. Foi instaurada uma apuração. Precisamos entender o que aconteceu para que, se for o caso, adotar medidas saneadoras", disse o coronel.
O secretário disse ainda que houve redução do número de mortes de policiais em serviço. Mas que o objetivo é reduzir a zero.
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Ainda no sepultamento, um grupo de amigos do agente, que era torcedor do Flamengo, usou a camisa do clube como forma de homenagem na despedida. Membros de um rancho frequentado pelo policial em Cosmos, na Zona Oeste, também estiveram presentes no último adeus ao militar que, segundo familiares, era apaixonado por cavalos.
Leonardo era lotado no 3º BPM (Méier) e estava na PM desde 2011. Ele deixa mulher e um enteado. Com o policial militar, chegou a 60 o número de agentes de segurança mortos no Rio entre janeiro e dezembro. Os dados fazem parte de um levantamento do Instituto Fogo Cruzado, que monitora a violência na cidade.
O confronto
O PM foi atingido na cabeça quando prestava apoio a equipes do 16º BPM (Olaria) em operação na comunidade de Vigário Geral, que integra o Complexo de Israel, na manhã de quarta-feira (27). O agente chegou a ser socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos decorrentes do disparo que o atingiu na cabeça.
Durante a troca de tiros, outros dois policiais foram baleados, três suspeitos morreram e dois ficaram feridos. Um dos PMs feridos foi atingido em uma das nádegas, quando realizava patrulhamento na Rua Bulhões Marcial. Ele passou por cirurgia e não corre risco de morte. Já o outro foi atingido de raspão na Rua dos Democrátircos e recebeu alta médica.
A operação do 16º tinha como alvo o tráfico de drogas que atua na região do Complexo de Israel, que é composto pelas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas, Pica-Pau e Cidade Alta.
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