Cariocas realizaram as últimas compras no Cadeg para o RéveillonMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Faltando pouco para a chegada de 2024, cariocas se apressaram para garantir os últimos itens para a festa da Virada. No Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (Cadeg), em Benfica, na Zona Norte, o movimento foi bastante intenso neste sábado (30). A maior parte dos clientes estava atrás de bebidas, frutas e flores, seja para confraternização ou até mesmo uma simpatia relacionada ao próximo ano. 
Ana Lúcia Ferreira, de 57 anos, comprou romã para oferecer à família durante o Réveillon. No entanto, ela afirmou que não tem superstições quanto à fruta, mas sim que acha bonita para enfeitar a mesa. Moradora do Complexo do Alemão, a babá disse que só tem uma simpatia: passar a virada com a mãe, Maria de Lourdes Ferreira, de 79 anos, e a sobrinha Carine Ferreira, de 45.
"É a primeira vez que estou comprando romã! Geralmente, vejo muito caro, venho poucas vezes aqui. Até que gostei do preço. Não é nenhuma simpatia, nada específico (risos). Eu já passei dessa fase de só vestir branco, roupa nova… Os melhores momentos da minha vida foram com roupas coloridas, roupas pretas. Comprei romã porque eu acho bonito, a casca dela é boa para garganta, cházinho... A minha simpatia é passar a virada com a minha mãe e minha sobrinha. Isso sim é o fundamental", contou Ana.
Juntos há 12 anos, o estilista João Vitor, de 42, e o técnico em enfermagem Marco Aurélio, 43, decidiram deixar a tradição de lado para ter uma nova experiência. Marco contou que os dois costumam passar a virada com a família, mas, nesse ano, decidiram ir a uma festa. No Cadeg, o casal procurava uma bebida para levar.
"Estou comprando um vinho branco chileno para ver se vou gostar dessa safra.  Eu tenho gostado dos preços, achei que estivesse mais caro, mas está razoável. Também comprei orquídeas com preços bacanas, está tudo dentro dos conformes. Vamos para uma festa particular em São Conrado, mudar um pouco a rotina de passar com familiares", disse Marco.
Com os restaurantes lotados, os clientes visitavam as lojas pelo corredor principal. Ainda que os estabelecimentos estivessem com um bom movimento, a gerente Verônica Batista, de 48 anos, disse que o Cadeg costuma ter um fluxo ainda mais intenso no fim de ano.
"O Natal foi bem surpreendente, minha meta foi batida com sucesso. Dezembro foi ótimo, mas essa última semana foi uma surpresa: o movimento caiu cerca de 40 a 50%. Esse fluxo que você está vendo agora não é nosso fluxo para um fim de ano, se compararmos com anos anteriores. Trabalho aqui há 13 anos e a gente tem vivido um dia após o outro da pandemia para cá. É sempre uma surpresa, como foi esse finalzinho. Estávamos muito bem até dia 22. De 23 para cá, foi outro clima", contou a funcionária do Empório Gourmet Show.
Sobre os preços, Verônica explicou que houve um aumento em diversos produtos. "O bacalhau, conseguimos manter. Mas azeite, panetone, azeitona e outros produtos, a alta chegou entre 10 e 20%. O azeite, sei que foi por conta do clima na Europa, infelizmente. Mas os outros, acredito que seja por conta da inflação mesmo", informou.
Um dos que sentiu a alta dos preços foi Sebastião Pinheiro, de 56 anos, que buscava um vinho uruguaio para beber no Réveillon. Ele contou que passará a virada com a família na praia, mas não vai à Copacabana.
"Tenho percebido que os preços das bebidas estão mais caros. Já as comidas, é uma questão de procurar. Pretendo comprar um vinho tinto uruguaio de uva tannat, estou procurando uma marca específica, mas não achei. Vou para a praia, mas não em Copacabana. Vou no Recreio com a minha família. Peço saúde em primeiro lugar. Como diz o clichê, o resto a gente consegue", desejou o engenheiro.
Para quem ainda estiver atrás das últimas compras, o Cadeg abrirá as portas neste domingo (31). De acordo com a administração, as lojas de flores e frutas funcionarão das 8h às 16h. Já os estabelecimentos de bebidas devem fechar por volta das 14h.