Rio - O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que liberou, na última sexta-feira (5), imagens de cinco câmeras de monitoramento instaladas nos postos 3, 4 e 5 da Barra da Tijuca, conforme solicitado pela Polícia Civil no inquérito que investiga o desaparecimento de Edson Davi Silva Almeida, de 6 anos. O órgão não citou nenhum aparelho fora de funcionamento. No entanto, Marize Araújo, mãe da criança, disse que a Polícia Civil ainda não conseguiu concluir se o menino entrou no mar, pois uma das câmeras de segurança da orla estaria fora de serviço.
fotogaleria
"A câmera da CET-Rio dá para saber para onde meu filho foi, se se afogou, quem levou (...) Senhor prefeito, me ajuda com essa câmera da CET-Rio. Se foi afogamento, a câmera da CET-Rio vai pegar o mar. A doutora Ellen (Souto, delegada titular da DDPA), muito responsável da Polícia Civil, está me ajudando muito, se empenhando bastante, fazendo o que está ao alcance dela, mas ela não tem o alcance da câmera da CET-Rio, porque está ruim. Senhor prefeito, se essa câmera estivesse funcionando, eu já saberia o que tinha acontecido com o meu filho", disse a mãe, que criticou a atuação dos bombeiros no dia em que o menino sumiu.
"Se ele se afogou, se afogou com dois bombeiros de plantão. Eu cheguei 20 minutos (depois do desaparecimento) de mototáxi e tinham dois bombeiros de plantão, bem descontraídos, parecia que ninguém tinha desaparecido e a praia estava vazia, com uma vala em frente a minha barraca e uma bandeira de perigo. Se meu filho se afogou, ele se afogou numa praia vazia, com dois bombeiros de plantão, com o pai do lado trabalhando. Ele se afogou sem ninguém ver".
Conforme apurado pelo DIA, as câmeras de monitoramento pertencem à Smart Luz, que lidera a Parceria Público-Privada de Iluminação Pública firmada pela Prefeitura do Rio. Procurado para comentar as acusações feitas pela mãe da criança, a assessoria do Corpo dos Bombeiros disse que as equipes atuam desde a madrugada de sexta-feira (5) para localizar Edson Davi. "Os pontos vistoriados são toda a orla da praia da Barra, Recreio, Guaratiba e Sepetiba, com ênfase no local do ocorrido. A operação conta com o empenho de guarda-vidas, mergulhadores, quadriciclos, motos-aquáticas, drone e helicóptero", disse.
Desesperada, Mariza suplicou por um desfecho para o desaparecimento de Edson Davi. "Se foi afogamento, preciso do corpo do meu filho para enterrar e seguir a minha dor. Eu vou para casa e eu me dopo de remédio para dormir. Ele dormia comigo agarrado, quando acordo eu procuro logo por ele, e ele não está", desabafou a mãe.
Em imagens obtidas pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), responsável pelas investigações, o menino aparece andando sozinho por um trecho no calçadão da praia, de cerca de 100 metros, no dia de seu desaparecimento, quinta-feira (4). Posteriormente, a criança conversa com um homem e volta para a areia. A gravação é de uma câmera de um quiosque próximo à barraca dos pais de Édson Davi. Horas depois, parentes aparecem no estabelecimento o procurando. "Ele não foi visto por nenhuma das câmeras subindo para o calçadão (além das imagens divulgadas pelo quiosque). A maior suspeita da polícia no momento é de afogamento", escreveu a irmã do menino, Giovana Araújo.
Também no dia do desaparecimento, Edson Davi brincava com duas crianças e um homem estrangeiro e, inicialmente, a família acreditava que ele pudesse ter sido sequestrado pelo turista. Entretanto, a hipótese foi descartada, já que há imagens do trio saindo da praia sem o menino. "As crianças e o homem que estavam brincando com ele foram descartados como suspeitos, por haver imagens deles voltando para o hotel sem o Davi", explicou Giovana.
Na manhã deste domingo (7), o Corpo de Bombeiros realiza o terceiro dia de buscas pela criança no mar e na orla. Familiares do menino acompanham o trabalho de buscas.
Confira a nota do Centro de Operações Rio na íntegra:
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informa que liberou na última sexta-feira, dia 05/01/2024, imagens de cinco câmeras instaladas nos postos 3, 4 e 5 da Barra da Tijuca, conforme solicitado pela Polícia Civil no ofício 000020-1210/2024. As imagens foram disponibilizadas com celeridade pela Smart Luz, que lidera a Parceria Público-Privada de Iluminação Pública firmada pela Prefeitura do Rio. O ofício deu entrada na mesma data.
Vale destacar, no entanto, que as 3.500 câmeras da Prefeitura do Rio instaladas na cidade não possuem o tema Segurança Pública como foco principal. As câmeras visam a melhoria da mobilidade urbana e a operação de cidade. Porém, a prefeitura sempre vai contribuir com a Polícia Civil quando existir solicitação formal dos órgãos de Segurança Pública.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.