Na foto, familiares de Edson Davi buscam por respostas em protesto na Barra da TijucaArmando Paiva/Agência O DIA
Sem respostas há nove dias, família de Edson Davi faz protesto na Barra
Com camisas e cartazes, familiares ainda acreditam que o pequeno ainda esteja vivo e contestam investigações da Polícia Civil sobre a hipótese de afogamento
Rio - Ainda procurando por respostas sobre o paradeiros do menino Edson Davi, de 6 anos, familiares fizeram uma nova manifestação, neste sábado (13) na praia da Barra da Tijuca, na altura do Posto 4, na Zona Oeste do Rio. Com camisas e cartazes, a família ainda acredita que o pequeno esteja vivo. O último protesto aconteceu na última quarta-feira (10). A principal linha de investigação indica que a vítima se afogou, o que é contestado por familiares.
Com faixas, os parentes pedem que as autoridades peçam o depoimento da família de argentinos que foram vistos brincando com o menino próximo a barraca dos pais, além de quererem ter acesso às imagens e vídeos do menino à beira da água. "Liberem as câmeras, deixem eu saber o que aconteceu com meu filho Davi", dizia uma faixa feita pelos pais do menino.
A família também fez um apelo para pedestres e motoristas que passavam no local, pedindo para que ajudassem mandando pistas de Davi e buzinassem ao passar pela manifestação, ajudando a dar visibilidade ao caso. Banhistas e pedestres que passava pelo local conversaram com Marize Araújo, mãe do menino, e ofereceram consolo no momento de desespero da mãe.
Na manifestação também esteve presente Leniel Borel, pai do menino Henry Borel, assassinado pelo padrasto e pela mãe. Ele conversou com a mãe e o pai de Edson Davi e ofereceu seu apoio a família, participando do protesto e segurando cartazes.
"Amigos, estou aqui na Barra da Tijuca, posto 4, estamos a mais de uma semana sem notícias do nosso querido Edson Davi. Estou aqui com a Dona Marize e estivemos no último domingo aqui pedindo a mesma coisa. Cremos que o Davi está vivo, não cremos que ele foi para o mar. Pedimos que os bombeiros e as polícias continuem as buscas. Pedimos as imagens das câmeras de segurança Ainda não foi disponibilizada a câmera da CET-Rio do Posto 4. Pedimos a Prefeitura, a CET-Rio, quem tem essas imagens, por favor, disponibilize para essa família", afirmou Leniel.
A mãe de Edson Davi, Marize Araújo, confessou que está desesperada e pediu ajuda para as autoridades com a liberação imediata das imagens das câmeras de segurança do local. "Tenha misericórdia seu prefeito e autoridades. Vou pedir humildemente: liderem essas imagens. Por favor, para a gente ter uma atenção maior, não desfazendo do trabalho da DDPA, mas nada como a família e a sociedade para ver minuciosamente cada detalhe. E assim a gente possa encontrar pelo menos uma minúscula coisa que possa levar a encontrar meu filho", pediu a mãe.
"Não acredito que meu filho morreu, tem testemunha que meu filho está vivo, que viu que ele não entrou na água, mas que ficou à beira d'água, é diferente", contou. Ela relevou ainda que testemunhas afirmam terem visto uma mulher de preto conversando com Davi próximo ao mar e que as autoridades deveriam investigar, pois ainda existem chance do menino ter sido raptado.
Neste sábado (13), as buscas do Corpo de Bombeiros por Edson Davi vão para o seu nono dia. Os militares utilizam drones, helicópteros, motos aquáticas e mergulhadores, além de fazerem rondas na areia.
Assim como o Corpo de Bombeiros, a DDPA continua com as buscas, com apoio do Serviço Aeropolicial (Saer/Core). A especializada destacou que todos os relatos de crianças semelhantes ao menino desaparecido estão sendo apurados, inclusive com a colaboração de policiais de outras unidades da federação.
Edson Davi usava uma camisa de manga térmica preta, vestia uma bermuda da mesma cor e estava descalço. O Disque Denúncia pede ajuda para localizar a criança e recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; pelo WhatsApp dos Desaparecidos, no (21) 98849-6254; e por meio do aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.
Investigações
A especializada que investiga o caso descartou a possibilidade de sequestro. A hipótese havia sido levantada pela família, pois a última vez em que Edson Davi foi visto, na última quinta-feira (4), ele estava brincando próximo a barraca do pai com duas crianças e com um homem estrangeiro. Em determinado momento, Edson dos Santos Almeida, pai do menino, precisou desviar sua atenção para clientes e, ao observar seu filho, percebeu ele havia sumido, juntamente com a família de estrangeiros.
Agentes da DDPA analisaram câmeras de segurança da região e constataram que a família argentina deixou a praia sem o menino. O homem prestou depoimento nesta terça-feira (9) e destacou que apenas jogou bola com o menino e seus filhos e voltou para o hotel onde estava hospedado. Ele ainda acrescentou que não viu para onde a criança foi após a brincadeira.
No decorrer da investigação, a hipótese de afogamento foi ganhando mais força, através de gravações que mostram o menino próximo à água e relatos de testemunhas. Uma pessoa contou aos investigadores que viu o menino entrar no mar três vezes enquanto jogava futebol com outra criança e que o pai chegou a chamar sua atenção por isso.
Também em depoimento, um homem que trabalha na barraca da família destacou que pediu que a criança saísse do mar, pois estava revolto e com ondas grandes. Pouco antes do seu desaparecimento, o menino pediu uma prancha de bodyboard emprestada para um barraqueiro, que negou, também por conta das condições da água. Depois, Edson Davi seguiu em direção à barraca dos pais.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.