Lúcia Monteiro, de 50 anos, teve casa destruída por causa de um deslizamento causado por uma construção irregularArmando Paiva
Gerente que teve casa interditada após deslizamento critica demora para liberação do imóvel
'É uma situação horrível, pois até agora nada foi resolvido', relata Lúcia Monteiro, de 50 anos, moradora de Santa Teresa, que está abrigada, de favor, com amigos
Rio - Mais de uma semana depois de ter sua casa atingida por um deslizamento de terra na Rua Padre Miguelinho, em Santa Teresa, Região Central do Rio, a gerente de loja Lúcia Monteiro, de 50 anos, continua enfrentando uma situação de pura aflição. Morando de favor com amigos, ela não sabe se vai poder voltar para sua residência, que segue interditada pela Defesa Civil e sem nenhuma previsão de liberação.
Lúcia relata ao DIA que está com medo que a casa venha a desabar, pois o muro do imóvel vizinho, que foi construído de maneira irregular, sem autorização da prefeitura, está pressionando a parede e cedendo cada dia mais.
Ainda segundo ela, a Defesa Civil não retornou ao local e, até o momento, a única atitude tomada pelos órgão municipais foi a autorização para dar entrada no Auxílio Moradia, benefício ao qual Lúcia deve fazer nesta quarta-feira (31).
De acordo com informações do Previ-Rio, o dinheiro é liberado por 12 meses, sendo o primeiro pagamento realizado no prazo de 45 dias após a solicitação. O valor a ser recebido não foi informado.
"É uma situação horrível, pois até agora nada foi resolvido. Não posso ir em casa e estou faltando e chegando atrasada ao trabalho porque estou morando de favor com amigos. Fico cerca de uma semana na casa de cada um", lamenta Lúcia, que tem se revezado entre Santa Teresa, Botafogo, na Zona Sul, e Tijuca, na Zona Norte.
Traumatizada, ela relembra que havia acabado de reformar a casa antes do deslizamento, em uma obra que durou três anos. "Eu olho para o céu todo dia para ver como está o tempo e torço para que não tenha mais chuvas fortes", completa Lúcia.
Procurada, a Defesa Civil ainda não se posicionou em relação à situação da casa.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), que foi questionada para comentar a denúncia de irregularidade do terreno vizinho, também não retornou. O espaço também segue aberto para manifestação.
*Reportagem do estagiário João Pedro Bellizzi, sob supervisão de Raphael Perucci
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